Chefes da diplomacia europeia vão discutir bloqueio israelita a Gaza. Espanha vai propor o fim do bloqueio, com que Portugal concorda. Solução pode passar pelo alargamento da lista de bens autorizados a entrar em Gaza.
Os chefes de diplomacia da União Europeia, reunidos hoje no Luxemburgo, vão tentar alcançar uma posição comum sobre a situação em Gaza, com alguns Estados-membros apostados em que a Europa se pronuncie a favor do fim do bloqueio israelita.
A discussão, que se antevê complexa conhecidas que são as diferentes sensibilidades entre os Estados membros quanto ao conflito israelo-palestiniano, ocorre na primeira reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE desde o ataque militar israelita de 31 de maio contra uma frota humanitária internacional pró-Palestina e ajuda humanitária.
Portugal foi um dos Estados membros que insistiu para que a questão fosse discutida na reunião de hoje, tendo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, dirigido a 03 de junho uma carta à Alta Representante para os Negócios Estrangeiros da UE, Catherine Ashton — que presidirá à reunião -, instando-a a dar prioridade ao processo de paz no Médio Oriente na agenda do Conselho.
Espanha propõe fim do bloqueio, Portugal concorda
O chefe do Governo espanhol, José Luís Rodriguez Zapatero, anunciou no sábado, após um encontro com o presidente da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), Mahmud Abbas, que Espanha vai propor que a UE se pronuncie a favor do fim do bloqueio israelita a Gaza.
Portugal é um dos países que se tem pronunciado contra o bloqueio, que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, considera que apenas “estimula” os radicais e “enfraquece” os moderados, “não levando a lado algum”, e é “insustentável do ponto de vista humanitário”.
Fontes diplomáticas indicaram que é difícil adivinhar o desfecho do debate, podendo a UE pedir simplesmente a ampliação da lista de bens autorizados a entrar em Gaza, em termos de quantidade mas também diversidade.
Numa reunião ministerial que é também preparatória da cimeira de chefes de Estado e de Governo que decorrerá três dias depois em Bruxelas, os chefes de diplomacia da UE vão discutir ainda outros assuntos da atualidade, como o Irão, enquanto os responsáveis pelas pastas do Desenvolvimento deverão adotar aquela que será a posição da UE para a Cimeira da ONU de setembro próximo, em Nova Iorque, sobre os Objetivos do Milénio.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***