Empresa algarvia adere ao projeto “Migração Circular” para colmatar falta de mão de obra portuguesa

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Vinte e quatro ucranianas estão a trabalhar no Algarve no âmbito do projeto “Migração Laboral Temporária e Circular” cujo objetivo é fomentar a emigração/imigração legal, mas também fornecer mão de obra em setores que sentem dificuldades para contratar trabalhadores.

Uma comitiva da Ucrânia – composta por um representante do Ministério do Trabalho e quatro elementos do Instituto do Emprego e Formação Profissional daquele país – deslocou-se hoje ao Algarve para visitar a Hubel, uma empresa algarvia produtora de frutos vermelhos que aderiu ao projeto “Migração Laboral Temporária e Circular”, promovido pela Organização Internacional de Migrações (OIM).

A empresa Hubel necessita de mão de obra especializada para fazer a campanha do morango e framboesa, que vai de novembro a junho, e por não conseguir trabalhadores em Portugal recorreu ao projeto da “Migração Circular”, explicou o empresário Humberto Teixeira.

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Os desempregados portugueses inscritos no Instituto do Emprego declinam muitas vezes a oferta de trabalho nas estufas, porque o ordenado pago é muito semelhante ao subsídio de desemprego, explicou o empresário algarvio, que encontrou no projeto da OIM uma solução para conseguir mão de obra para apanhar a fruta e exportá-la para o norte da Europa.

O projeto da OIM, co-financiado pela Comissão Europeia, Banco Mundial e Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, tem o objetivo de fomentar a emigração/imigração legal.

“Promover a vinda de estrangeiros para trabalhar em Portugal com visto de três a seis meses, mas com o compromisso de regressar à pátria no fim do contrato”, é um dos conceitos deste projeto, explicou Frederica Rodrigues, da OIM.

A “ideia é repetir anualmente a experiência, com os mesmos trabalhadores, para tornar o conceito sustentável, até porque os imigrantes temporários adquirem conhecimentos”, acrescentou a funcionária da OIM, a organização que serve de elo de ligação entre empregador e país que envia os trabalhadores.

A empresa algarvia Hubel recebeu, nesta campanha de 2009/2010, 24 ucranianas, dando a cada uma o ordenado mínimo, subsídio de alimentação, prémio de melhor produção e alojamento.

O ordenado mínimo na Ucrânia ronda os 80 euros, adiantou um elemento da comitiva ucraniana.

Para a próxima campanha, o dono da Hubel estima necessitar de 300 trabalhadores e, por isso, o projeto “Migração Laboral Temporária e Circular” pode voltar a ser a solução viável se os portugueses não quiserem apanhar frutos vermelhos.

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