22 de agosto de 1999: o dia em que o mundo ia acabar

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Há 20 anos, a promessa de um tsunami arrasador levou muitas pessoas a fugir das praias algarvias com medo do “fim do mundo”. Mas muitas outras fizeram o percurso inverso para assistir ao fenómeno ao vivo e em direto. A onda ameaçadora nunca chegou, mas deixou uma lição para o futuro. O JORNAL do ALGARVE conta nesta edição o relato de várias testemunhas que viveram o caricato “acontecimento”. E se fosse verdade? “Era uma enorme tragédia”, admitem todos. Basta recordar que o último tsunami atingiu a costa do Algarve em apenas 15 minutos e o seu impacto foi mortífero. Foi há 265 anos, mas pode voltar a acontecer…

As praias algarvias estavam cheias de banhistas naquele domingo à tarde, dia 22 de agosto de 1999, quando foi dada a ordem de evacuação. Um falso alarme de tsunami espalhou-se rapidamente por toda a região, com os alertas das rádios a anunciarem uma onda entre 12 e 25 metros, em direção ao Algarve, já a poucos quilómetros da costa.

Como estávamos quase no fim do milénio e as profecias estavam na moda, houve logo quem vaticinasse o fim do mundo. Muitas pessoas entraram em pânico e fugiram assustadas dos restaurantes e bares sem pagar. Criaram-se filas intermináveis de trânsito e a confusão instalou-se em toda a costa algarvia durante quase duas horas.

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Mas, ainda assim, a curiosidade da maioria da população levou a melhor sobre o medo e muitas pessoas permaneceram nas praias para assistir ao fenómeno, que não passou de um efeito meteorológico que parecia ser uma “onda” no horizonte em fase de rebentação.

Foi o caso de Rui Alexandre Coelho, que nasceu em Portimão, nos anos 80, e recorda-se bem daquele dia. “Estava com uns amigos à beira-mar quando vários jipes da GNR invadiram em fila o imenso areal da Praia da Rocha. A ordem era para evacuar os banhistas. Vinha aí uma onda gigante”, lembra.

Confusos e desorientados, Rui, os amigos e todos os veraneantes olharam em direção ao mar e o pânico instalou-se. “Estava, sem dúvida, a formar-se uma onda gigante, observavam muitos, de olhos postos no horizonte. Tão grande que poderia engolir a cidade, previam os mais aflitos”, recorda o portimonense, que viu muitas pessoas a fugirem da praia a gritar “salve-se quem puder”.

Para muitos, este episódio tem tanto de cómico como poderia ter de trágico. No caso de Portimão, consta que os mais cautelosos meteram-se a caminho do alto da serra de Monchique, onde estariam a salvo do tsunami. Mas também aconteceu o contrário, ou seja, houve quem saísse de casa e rumasse ao litoral para ver a onda de perto…

Leia a reportagem completa na edição em papel.

Nuno Couto

(Foto: CEMAL – Francisco Castelo)

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