36 anos de prisão para comandante de ferry sul coreano

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O comandante do ferry “Sewol”, que naufragou em abril, causando a morte de mais 300 pessoas, foi condenado esta terça-feira a 36 anos de prisão por negligência grosseira.

Lee Joon-Seok, 69 anos, que tinha abandonado o navio quando este afundava, escapou à pena capital pedida pelo Ministério Público que pretendia vê-lo condenado por homicídio.

“Entrei em pânico e fui incapaz de fazer o que quer que fosse”, disse, durante o julgamento em que também pediu desculpa aos familiares das vítimas, na sua maioria estudantes do ensino secundário. “Não tomei as medidas apropriadas, o que conduziu à perda de vidas preciosas”, acrescentou.

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O julgamento de um dos maiores desastres marítimos na Coreia do Sul começou a 10 de junho em Gwangju, a 265 quilómetros a sul de Seul, e no banco dos réus estavam, para além do comandante, mais 15 membros da tripulação.

O naufrágio do “Sewol” ocorrido a 16 de abril ao largo da ponta sul da península coreana causou 304 mortos. Segundo um relatório divulgado pela Procuradoria da Coreia do Sul, a incompetência da tripulação e obras de redimensionamento ilegais na estrutura do navio levaram ao desastre.

O engenheiro-chefe do navio, identificado apenas com o apelido Park, foi condenado por homicídio a 30 anos de prisão. Já os restantes membros da tripulação terão de cumprir penas até 20 anos por terem abandonado o ferry com 476 pessoas a bordo. A tripulação era ainda acusada de ter ordenado aos passageiros que não saíssem dos seus lugares, mesmo quando o navio já se estava a afundar, numa clara violação da lei marítima.

Alguns familiares das vítimas manifestaram-se de imediato em desacordo com a sentença, exigindo a aplicação da pena de morte. Segundo a AFP, uma mulher terá mesmo gritado na sala de audiências: “Não é justo! Então e a vida das nossas crianças? Eles merecem morrer!”

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