A profissão docente já foi uma profissão valorizada em Portugal.
A desvalorização social da profissão docente reflete-se na falta de professores nos cursos de professores e na consequente falta de professores de muitas disciplinas.
Os sucessivos governos (PS, PSD/CDS) consideraram que os professores tinham muitos “privilégios” e decidiram, numa estratégia política concertada, denegrir os professores e a Escola Pública.
Em 2007, Mª de Lurdes Rodrigues, como Ministra da Educação, do governo do Partido Socialista (PS), declarou que os professores estavam revoltados, mas que a opinião pública estava do lado das políticas educativas a implementar por José Sócrates.
Em 2011, Nuno Crato como Ministro da Educação, do governo PSD/CDS, concordou com o anúncio do 1º Ministro (na altura Passos Coelho) de que os professores em Portugal eram em número excessivo e que deveriam emigrar.
Em 2022 (e já alguns anos anteriores) as escolas deparam-se com uma grave falta de professores qualificados em muitas disciplinas. Há alunos que não têm determinada disciplina ao longo de todo o ano.
Recentemente, Mª de Lurdes Rodrigues disse publicamente que não sabe como chegámos a este ponto e também não quer saber… e Nuno Crato demonstrou-se preocupado com a falta de professores.
As políticas educativas de desvalorização da profissão docente e degradação da Escola Pública devem-se, também, a estes ex-Ministros da Educação.
Os anteriores governos de António Costa com Tiago Brandão Rodrigues como Ministro da Educação, não souberam resolver estas questões preocupantes para o país.
Saberá o novo governo de maioria absoluta do PS com João Costa como Ministro da Educação devolver as condições necessárias aos alunos, docentes e não docentes para uma qualidade na Educação que Portugal exige?
Até agora a qualidade deve-se ao muito e bom trabalho desenvolvido pelas escolas…pelos professores, alunos, trabalhadores não docentes e famílias…mas até quando?
Ana Simões
Professora – Dirigente Sindical SPZS