O Cardeal Patriarca de Lisboa considera que a renúncia de Bento XVI revela lucidez e abre um precedente para os próximos Papas.
D. José Policarpo classifica a renúncia do Papa como um momento único que a Igreja está a viver, mas que revela “grande lucidez” por parte de Joseph Ratzinger.
Para o Cardeal Patriarca de Lisboa terminou o tabu de que o Papa era intocável. “A partir deste momento, os futuros Papas se estiverem na circunstância de precisar de tomar esta mesma atitude estão muito mais livres para o fazer”, disse em conferência de imprensa.
Sobre o novo Sumo Pontífice, que será eleito pelos cardeais que se vão reunir no Vaticano, disse que a Igreja precisa de alguém mais jovem. “Devemos eleger um Papa mais novo e com mais tempo”, sublinhou depois de dizer que tem alguns nomes na cabeça que levará a discussão a Roma.
O bispo mostrou-se surpreendido com a decisão do Papa, contudo, defende que faz sentido que tenha sido tomada em segredo. “Esta decisão apanhou-nos a todos de surpresa, até aos colaboradores mais próximos de Bento XVI. Compreendo porque joão Paulo II quis renunciar, mas fizeram-lhe uma pressão tal que não conseguiu.”
O Cardeal Patriarca de Lisboa fez questão de frisar aos jornalistas o “espetáculo deprimente de João Paulo II” da degradação do estado de saúde do Papa anterior.
Sobre as dificuldades que este Pontificado teve de enfrentar, D. José Policapor diz que não foram mais difíceis do que as do anterior. “Teve algumas frente complicadas”, disse em referência ao escândalo de pedofilia que atingiu a Igreja Católica. “Reagiu aí com grande lucidez e coragem, não olhando a quem podia ser atingido.”
D. José Policarpo, que soube da demissão de Ratzinger primeiro pelas notícias e só depois pela anunciatura apostólica, vai esperar por um período mais calmo para enviar uma mensagem a Bento XVI”.
O Cardeal Patriarca, que seignou há dois anos, admite deixar o cargo já no fim do mês assim que o Papa nomeie um substituto.
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