A importância dos sindicatos em tempos de pandemia

Vivemos um período difícil da história da Humanidade. Em pouco tempo, as nossas vidas foram invadidas por um vírus que veio transtornar, alterar e comprometer os nossos hábitos, práticas e regras de convivência.


Este período continua marcado por incertezas, dúvidas e medo. E continua marcado por alterações profundas nos comportamentos que poderão influenciar de forma muito negativa a nossa vida.


Como professora, preocupa-me a saúde mental das nossas crianças, na medida em que se encontram em estádios de desenvolvimento marcados por uma profunda necessidade de socialização e de contactos sociais. Com os impedimentos e restrições impostas neste período excecional, questiono-me sobre as implicações futuras que terão na construção da personalidade destas crianças e jovens. É, com certeza, matéria de estudo importante para os especialistas nesta área e, julgo que existe algum consenso, no sentido de se prever consequências negativas derivadas das alterações introduzidas.


Contudo, o que me levou a escrever este artigo foi, essencialmente, refletir sobre como é que estas restrições aos comportamentos, por via do vírus que rompeu brutalmente nas nossas vidas, irão influenciar ações coletivas no que diz respeito aos trabalhadores.


O que se vive atualmente, e muito à boleia da covid-19, são atropelamentos aos direitos de quem trabalha, por via dos baixos salários, lay-off, horários desregulados, despedimentos ilegais, falta de recursos humanos e materiais nos serviços essenciais e, a apresentação de um Orçamento do Estado para 2021 que, para além de não resolver os problemas estruturais do país, continua a não dar respostas aos problemas agravados pela pandemia.


Numa época marcada por tão fortes contrariedades, o medo e a desconfiança vão-se instalando e, paulatinamente, vão limitando ou impedindo a nossa própria ação. E não podemos deixar que isso nos aconteça! O medo paralisa, o medo afasta-nos dos outros, o medo ataca a nossa vida pessoal, laboral, social e sindical.


Agora, mais do que nunca, os trabalhadores precisam de se unir, de discutir os problemas que os afligem, de se mostrarem disponíveis para a luta organizada que exige e permite a resolução desses problemas.


Agora, mais do que nunca, os sindicatos são importantes à luta que se adivinha!


A história ensinou-nos que perante grandes dificuldades, só com propostas, união, luta e reivindicação, tenacidade e resistência é que é possível ultrapassar obstáculos. Certos de que poderão agora e sempre contar e apoiar-se nos seus sindicatos de classe, de forma a que, independentemente da situação difícil que vivemos, não deixem de lutar pelos seus direitos!

Catarina Marques
*Educadora e dirigente sindical do SPZS

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