À Jéssica colocaram uma mochila em vez de um paraquedas e gritaram: SALTA…

Andamos atrás de uma queda de água, para encontrarmos quem foi ou quem foram os culpados TODAS E TODOS, da morte da menina Jéssica. E não me falem em bruxaria, porque esta ciência da bruxaria, é toda a gente deixar que a miúda, a Jéssica fosse na onda e morresse no balcão da justiça. E as entrevistas, que se seguiram? E os especialistas, que até cruzaram mares e marés, para nos entupirem de mais confusão…?
E até aquela senhora com um nome esquisito, Farmhouse entrou na festa, culpando toda a sociedade. Nem Deus.
Mais-valia que esta prima, por mais importante que fosse, e se calhar até é, – e é só nos assomarmos à janela do curriculum e dos prémios – mais valia que tivesse ficado em casa a rever todos os episódios anteriores e talvez, em diálogo com o espelho, sentisse, que a sociedade começava nela, como Presidente da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Protecção das Crianças e Jovens.
Felizmente para mim, que já fui operado aos dois olhos, achei louvável as televisões terem começado a deixar no seu cantinho, a senhora Dr.ª Rosário Farmhouse, ou famosa, ou lá o que é, e desta forma evitar-se que se continuasse a atirar areia para os olhos. Os meus olhos agradeceram…
Nestas coisas da morte ou do assassínio do uma criança, no caso concreto da Jéssica, as imagens não colam com as legendas. Até parece que estamos a ver dois filmes ao mesmo tempo.
E acontece este drama humano…quando a Jéssica agora não passa de nota de rodapé.
E vamos acreditar em quem, quando os SERVIÇOS, estão entupidos, pois quem trata destes processos, não tem mãos a medir. Claro que a culpa é de toda a sociedade, porque a besta sou eu…

Morreu a Jéssica. Três anos de idade, voltando a emergir o calvário de algumas crianças em Portugal. E agora? Creditos https://recordeuropa.com

Miséria Moral – chamou-lhe o Senhor Presidente da República. E o Estado?
Como é que esta criança estava no sistema, mas ao mesmo tempo o dito não funcionou? Aliás, existem sistemas onde, ao contrário deste, para azar da Jéssica, tudo funciona…
A vida desta criança não pode estar limitada a cinco dias, mas a um todo histórico em que justiça não pode dizer que não sabia. Isto é chocante. Que sociedade é esta?
Não tenham medo de trazer o filme para trás. De rebobiná-lo, e só assim evitaremos que as Instituições, que povoam essas maldades, passem sempre impunes. Quem é que acompanha as crianças referenciadas? E sempre sinalizadas pela Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Protecção das Crianças e Jovens? O problema é que só se reabre a gaveta desta miséria moral, quando o grito irreversível voa aos quatro cantos do mundo: Morreu…
Só especialistas, que até vasculham pateticamente a vida das pessoas, para depois caírem na tentação e de arranjar mais uma acha para a fogueira, onde apenas arde a podridão, quando afirmam: As vizinhas tinham o dever cívico de avisar! Existem vizinhas e vizinhas, que nem sabem o que quer dizer o dever cívico.
Só especialistas…
Devemos de lutar pela Jéssica, até deixarmos de acordar sobressaltados, pelas Jéssicas deste País, cuja maldade monstruosa tem sempre uma desculpa: A bruxa, o marido da bruxa, a filha da bruxa e a seguir, caminhamos cantando e rindo. E por isso continuarmos a lutar sem equívocas, para que não matem outras Jéssicas.
Todos cometemos erros. Corrigi-los é a vontade que sentimos ao virar da esquina, por isso é urgente, encontrarmos a nossa própria esquina.
Quando matam uma criança, e quando nos vimos metidos num jogo às escondidas das culpabilidades, sentimo-nos atirados contra uma parede, e num impulso, como quem se tenta arrancar de um pesadelo, deixamos cair a jarra que temos em cima do pechiché, que nos foi deixado pela minha avó Rosalina. Não tem nada a ver com a outra Rosalina com sotaque do País irmão, que também foi desta para melhor, e aqui também não se sabe, quem encalhou com quem. São crianças, são idosos. É só escolher…A bagunça está na rua. É só pedir e está a preço de saldo…
Deixei cair a jarra, já fiz merda e hoje nem vou ter autorização para beber o meu uísque. Com sorte, utilizo a velha sabedoria, que nos anos 50/60 assistíamos no Quiosque do meu amigo Vasques (agora está todo modificado), localizado ali em frente à cais de embarque para Espanha, e cais de regresso e vice-versa.

O Estado não pode abandonar estas empresas, que eram ganha pão e ex.libris de Vila Real de Santo António. Não nos isolem mais ainda


Mas agora não já embarca ninguém, por que essas empresas não têm apoios de ninguém…nem do Estado. São empresas sem SIGLAS, logo não são reconhecidas como empresas.
Quem sabe, se um dia quando o Guadiana deixar de ter água, possamos encontrar muitos restos mortais desta navegação histórica e que alimentava a Vila e muitas famílias da Vila. Era o tempo das Mulheres da Carreira, estava tudo feito e ainda bem…Um dia, se Deus antes disso não cumprir a sua função e não nos levar antes, ainda voltaremos aqui para contarmos a história das Mulheres da Carreira e do pão nosso que lhes chegava a casa, por tão generosa função, de paredes meias, com o contrabando…Mas um contrabando sério…
Mas voltemos ao Quiosque do meu amigo Vasques, então sob o comando do amigo e saudoso Rui Valentim, que proibido de vender bebidas alcoólicas, a lei da seca era só ali, enchia as chávenas de bebida, fosse qual fosse, como se estivesse a vender café, e gritava para o cliente: – Mó, vê lá se sopras o café para não te queimares…
E hoje vou fazer isso, vou pegar numa chávena, meter o uísque, e soprar para não dar nas vistas. É que na minha casa, não se pode partir uma jarra, num País que mata crianças, como a Jéssica. Como diz o povo: Querem ver que a culpa é do Benfica…
Pois a morte da minha jarra, ganhou em mim uma pena incrível, pois tratava-se de um dos meus primeiros prémios, ganhos num concurso de boas acções, quando era escuteiro.
Agora por boas acções. Já se sabe, que é que é o culpado pela morte da Jéssica?
Vai levar tempo, porque a notícia agora começou a sair como nota de rodapé, o que revoltará os especialistas, sobretudo a senhora famosa, que não se cansa de ir ao cabeleireiro, e até já falou com a bruxa e, talvez essa lhe diga, qual é parte da sociedade que é culpada desta monstruosa tragédia.
Navegamos ao Deus dará….Até sua Santidade, como ser humano que é, também meteu água. Acontece a todos, quando do alto da janela onde nos encoraja e embala para a fé, defendeu a proibição do aborto, agora a correr em mares revoltos pelas ruas dos Estados Unidos. Neste País, de culturas idiotas, onde vale tudo, até tirar a vida, ou pela via do abordo ou pela licença que têm para matar com o uso tresloucado de armas de fogo, como quem anda ao pássaro, mas esqueceu-se da menina de Setúbal, que de igual modo morreu levada pela ignorância e pelo desprezo pela vida, desde os tribunais, à bruxaria, passando por gente que chuta para canto e que ganha rios de dinheiro.
Morreu a Jéssica e olhando contra a vidraça, por onde escorrega uma estranha gota de orvalho deixada pela noite, vejo neste deslizar os olhos lacrimosos de uma criança, mas não será a Jéssica, por ela já não chora. Tinha três anos e o País andam desorientado, por não descobrir as razões da sua morte.
Pois é Senhor Professor Marcelo de Sousa, é um facto que é um MISÉRIA MORAL, e que continuará, enquanto andarmos a correr atrás de uma queda de água na defesa das crianças…

Neto Gomes

Nota do Autor: O escândalo da morte de Jéssica, não nos permitiu o cumprimento da promessa, de virmos hoje aqui escrevermos sobre o lançamento do livro do centenário da AFA e Armando Alves. Ficará para a próxima…

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