“A menina não irá cantar nem falar.” Não foi assim

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Rosa Martins nasceu em Alte, há 33 anos, e reside em Portimão. Há cerca de três anos, a artista entrou em coma após uma cirurgia de urgência à tiróide, que a estava a estrangular, e foi-lhe diagnosticada paralisia bilateral das cordas vocais. Os médicos disseram que poderia nunca mais voltar a cantar nem falar. Hoje, a cantora algarvia está a fazer sucesso nas rádios e televisões. O JORNAL DO ALGARVE falou com ela. “Depois de lutar pela vida e recuperar a voz já nada me pode parar”

Tinha apenas oito anos quando pisou o palco pela primeira vez e revelou a sua veia musical, ao lado do pai, Sousa Martins, um famoso fadista amador que tocava numa banda em vários palcos do Algarve e Alentejo. Seguiram-se cinco anos de formação musical e canto no Conservatório de Música de Portimão. Este foi o ponto de partida da carreira e a entrada no mundo artístico de Rosa Martins, que começou ainda nova, inicialmente como organista e acordeonista, a animar festas e romarias espalhadas por todo o país.

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Hoje, aos 33 anos, a cantora nascida em Alte, no concelho de Loulé, e que reside em Portimão, está a fazer sucesso nas rádios e nas televisões nacionais, onde é presença assídua nas festas e nos programas das tardes dos fins de semana. “2018 é o ano de mudança na minha vida”, confessa ao JORNAL DO ALGARVE Rosa Martins, que lançou em abril o seu primeiro álbum, “História Perfeita”, depois de sofrer um grave problema de saúde, onde esteve em risco de não voltar a cantar, nem sequer falar. A cantora passou mesmo por um período de coma e esteve às portas da morte…!

“Eu quero acordar e, por favor, quero continuar a cantar”

Tudo aconteceu num espaço de poucos dias, como recorda a artista algarvia: “Há nove anos que estava a ser seguida no Hospital de Portimão por sofrer de doença na tiróide. No dia 21 de maio de 2015, fui a uma consulta de rotina e queixei-me que sentia muita falta de ar e engasgava-me com facilidade. Já tinha na altura oito nódulos, um dos quais com cerca de oito centímetros. Após o exame, os médicos verificaram que eu estava a ser estrangulada pela tiróide e teria de ser submetida a uma cirurgia com o máximo de urgência”.

Devido à gravidade do caso, a operação foi marcada para o dia 27 de maio, apenas seis dias depois da consulta de rotina. “Confesso que gelei e estava apavorada… Eu sabia que não poderia viver assim, mas temia esta cirurgia, não sei explicar porquê”, lembra a artista, confessando que chegou a pensar que seria “o meu último dia”.

Antes de adormecer da anestesia, Rosa Martins recorda-se ainda de fazer dois pedidos aos médicos e enfermeiros: “Eu quero acordar e, por favor, quero continuar a cantar”.

“Vi o terror estampado nos rostos das enfermeiras”

Depois de acordar da operação, Rosa sentiu-se inicialmente bem. “Parecia que tudo tinha corrido da melhor forma. Eu falava! E sentia que podia respirar novamente sem aqueles centímetros de tiróide a comprimirem-me a traqueia. Mas não iria ser nada assim…”, frisa.

Algumas horas após a cirurgia, a cantora sofreu uma hemorragia interna grave e foi levada de imediato para o bloco operatório. “Pelo caminho eu vi o terror estampado nos rostos das enfermeiras enquanto rasgavam-me a roupa e mudavam-me de maca. Senti que cada minuto era precioso para salvar a minha vida”, conta. Devido a esta complicação de saúde, Rosa perdeu muito sangue, sofreu duas paragens respiratórias e chegou mesmo a entrar em coma.

“Quando voltei a acordar parecia que tinha estado debaixo de água muito tempo, tinha muitas dificuldades de respirar. Estava ligada às máquinas de oxigénio e à máquina de coração. Eram só máquinas à minha volta… O pior é que tentei falar, mas não conseguia. Qualquer esforço que eu fizesse saía um barulho horrível e estranho da minha garganta. Eu não falava…”, refere, confessando que viveu momentos de “pânico” naquela altura.

A cantora de Portimão tem atuado em diversos palcos do país e já é uma presença assídua em vários programas de TV

“Esta é a minha ‘História Perfeita’”

Depois de uma semana sem conseguir falar, Rosa Martins fez um exame de urgência às cordas vocais e “foi nesse momento que fiquei sem chão”, pois o resultado revelou que sofria de paralisia bilateral das cordas vocais. “Para além de afetar a voz e a respiração, a paralisia das cordas vocais pode comprometer a proteção da traqueia e pulmões enquanto comemos, por isso, eu tinha constantes engasgamentos e o simples beber um gole de água era um enorme sacrifício para mim”, salienta.

Quando confrontou os médicos com a sua situação, a primeira coisa que Rosa quis saber foi se voltava a cantar. “A resposta foi sempre: ‘não sabemos menina. Terá que fazer terapia da fala e esperar. Não podemos fazer mais nada’”.

Nesse momento, Rosa sentou-se no chão e pediu a Deus para lhe devolver “aquilo que mais amo fazer nesta vida que é cantar”. Nos meses seguintes, agarrou-se à fé e fez terapia da fala, tendo conseguido finalmente dar a volta por cima à doença. “Voltei a falar, voltei aos palcos e gravei o meu álbum. Esta é a minha ‘História Perfeita’, que dá nome ao disco”, sublinha…

(NOTÍCIA COMPLETA NA ÚLTIMA EDIÇÃO DO JORNAL DO ALGARVE – NAS BANCAS A PARTIR DE 22 DE NOVEMBRO)

Nuno Couto|Jornal do Algarve

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