O Eurogrupo abriu a porta ao pedido irlandês para reembolso antecipado do dinheiro emprestado pelo FMI. A decisão estabelece um precedente para Portugal, que pode estar perante uma poupança anual em juros de 400 milhões de euros entre 2015 e 2016.
“Houve uma reação positiva ao pedido irlândes, tanto da parte dos ministros das Finanças, como das instituições (Comissão Europeia e Banco Central Europeu)” de um pagamento antecipado ao FMI, afirmou esta segunda-feira em Bruxelas um responsável do Eurogrupo.
De acordo com na mesma fonte, o governo irlandês endereçou uma carta aos parceiros europeus a solicitar formalmente a possibilidade de reembolso antecipado dos empréstimos recebidos do FMI no âmbito do resgate financeiro do pais.
O assunto está na agenda dos ministros das Finanças da zona euro e da União Europeia, que reúnem na próxima sexta-feira e no sábado em Milão. Mas, de acordo com a referida fonte ,”este assunto não será decidido em apenas 10 dias”, uma vez que a indispensável luz verde pode ter que ser previamente debatida por vários Parlamentos nacionais.
Segundo o mesmo responsável do Eurogrupo, Portugal ainda não formalizou qualquer pedido semelhante ao da Irlanda, apesar de a ministra das Finanças ter feito saber este fim de semana que o Governo pondera imitar a iniciativa de Dublin. No entanto, caso a pretensão irlandesa seja aceite pelos demais parceiros, isso “certamente estabelecerá um precedente para outros países”, diz o mesmo responsável, referindo-se ao caso português.
Tanto Portugal como a Irlanda receberam empréstimos divididos em partes iguais pelo FMI e por dois fundos europeus: o Fundo Europeu de Estabilização Financeira e o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira. A Irlanda recebeu ainda empréstimos bilaterais do Reino Unido, Dinamarca e Suécia.
Qualquer pagamento antecipado a um dos credores terá que ser obrigatoriamente aceite pelos demais.
RE