João Rosado e Feliciano Rito, que desempenharam respetivamente os cargos de presidente e tesoureiro da ACRAL (Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve), foram absolvidos esta terça-feira pelo Tribunal de Faro.
Os ex-dirigentes da ACRAL, que exerceram funções naquela associação empresarial entre fevereiro de 2009 e março de 2013, estavam indiciados do crime de peculato, depois de uma denúncia anónima, em 2012, ter despoletado uma investigação da PJ.
A acusação do Ministério Público surgiu após mais de três anos de investigação, em maio de 2016, com o processo a arrastar-se até aos dias de hoje.
A acusação falava que, pelas contas dos dois acusados teriam passado cerca de 700 mil euros, dos quais 150 mil não se saberia o destino. Já João Rosado sempre explicou que se tratavam de “valores relacionados com a utilização de veículos particulares, pagamento de portagens e de uso de telemóveis pessoais ao serviço da ACRAL”. Agora, o tribunal confirmou que se trataram de gastos lícitos e absolveu os dois arguidos.
Terminado o processo, João Rosado manifesta-se satisfeito pela sua absolvição e diz ao JORNAL do ALGARVE que o seu afastamento da direção da ACRAL, na sequência de “uma denúncia anónima de Olhão”, foi “um processo muito conveniente para tapar o que se passou na associação a partir de 2013”.
“O meu último ato como presidente da ACRAL, em 2013, foi assinar um protocolo com o IAPMEI, para a criação do ‘Canalgarve’, um projeto de 3,5 milhões de euros que ficou parado e que vai entrar em insolvência no próximo mês de outubro”, refere João Rosado.
Desde então, a ACRAL já teve direções diferentes, com os presidentes Victor Guerreiro (2013-2016), Álvaro Viegas (2016-2019) e Paulo Alentejano (2019) na liderança da associação.