Acordo com a Grécia divide Merkel e Schäuble

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As divergências entre a chanceler alemã e o seu ministro das Finanças estão a ampliar-se escrevem esta terça-feira Birgt Jennen, Rainer Buergin e Brian Parkin na Bloomberg.

A chanceler Angela Merkel estaria “pronta para fazer concessões para manter a Grécia no euro por causa de preocupações de ordem geopolítica”, enquanto que o ministro das Finanças Wolfgang Schäuble, um dos pesos pesados do governo de Berlim, estaria inclinado para deixar a Grécia sair do euro se o governo em Atenas não aplicar as medidas que têm sido exigidas. Schäuble está convicto que o impacto de uma Grexit (contração inglesa para saída da Grécia do euro, popularizada pela imprensa financeira) no resto da zona euro é “marginal” e não se lhe conhecem considerações de ordem geopolítica em relação às negociações com Atenas.

O artigo na Bloomberg refere discussões internas na CDU, o partido da chanceler e do ministro, e em particular na bancada parlamentar formada pela CDU e pelo seu aliado CSU, onde o ministro disporia de apoio para a sua posição. A Bloomberg refere fontes que pediram para não ser identificadas.

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Schäuble recebeu na segunda-feira o homólogo helénico Yanis Varoufakis, sem que tivesse havido uma conferência de imprensa conjunta, ainda que o ministro grego tenha afirmado que foram “construtivas”.

A notícia surge na véspera de uma reunião trilateral entre o primeiro-ministro grego Alexis Tsiptas e a chanceler Angela Merkel e o presidente francês François Hollande à margem da cimeira que decorre amanhã em Bruxelas entre a União Europeia e a América Latina.

Os rumores sobre estas divergências não são novos. Na semana passada o tabloide “Bild” fazia eco delas, afirmando inclusive que o ministro se sentira ultrapassado pela chanceler na reunião promovida por Merkel e que deu origem ao que ficou conhecido como “Grupo de Berlim” (além de Merkel, Hollande, o presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker, o presidente do Banco Central Europeia, Mario Draghi, e a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde). O ministro poderia inclusive demitir-se. O artigo do “Bild” foi desmentido pelos porta-vozes da chanceler e do ministro.

O ministro alemão participará na reunião regular do Eurogrupo de 18 de junho, por coincidência no mesmo dia em que Tsipras se encontrará com o presidente russo Vladimir Putin em São Petersburgo, à margem de um Fórum Económico Internacional, onde o primeiro-ministro grego é convidado de honra. O Bundestag, o parlamento alemão, fecha no final de junho para férias, com muitos deputados, de várias bancadas, a opor-se a uma votação de última hora sobre a questão grega na Câmara Baixa. Recorde-se que a extensão de quatro meses do plano de resgate europeu acordada em fevereiro termina no final de junho.

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