O Ministério Público da secção de Albufeira deduziu acusação para julgamento por tribunal coletivo contra um homem, de 66 anos de idade, e duas mulheres, de 54 e 22 anos, pela prática de crimes de burla, burla qualificada, falsas declarações, falsificação de documento, abuso de confiança e furto. Foi ainda acusado um homem de 63 anos, advogado, pela prática de crimes de falsificação de documento. Estes quatro arguidos terão causado à vítima, um idoso de Albufeira, um prejuízo de mais de 340 mil euros.
De acordo com a acusação, as duas arguidas, que são mãe e filha, com a ajuda do primeiro arguido, que é afilhado da vítima, “em 2015 e 2016 aproximaram-se de um homem de 90 anos de idade e, a pouco e pouco, foram conquistando a sua confiança”.
“O ofendido tinha um património considerável, designadamente em imóveis e em contas bancárias, morava sozinho numa localidade do concelho de Albufeira e não sabia ler nem escrever, sendo, por tudo isso, especialmente vulnerável”, avança o Ministério Público.
Assim, segundo a acusação, “os três referidos arguidos, aproveitando-se dessa vulnerabilidade e enganando a vítima acerca do conteúdo dos documentos que lhe apresentaram, levaram-na a assinar procurações a seu favor, contratos-promessa de compra e venda de imóveis, registos de transmissão de imóveis e de um automóvel, recibos de quitação, etc.”.
Além disso, segundo o Ministério Público, terão levantado dinheiro das suas contas bancárias e pediram-lhe elevadas quantias a título de empréstimo, sem qualquer intenção de lhas devolverem.
A própria casa onde o ofendido vivia deixou, por esse modo, de ser sua.
O inquérito foi dirigido pelo MP de Albufeira do DIAP de Faro com a coadjuvação da Polícia Judiciária de Faro.