O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, não acredita que seja possível a adesão do país à ASEAN, devido ao atraso no processo de harmonização legislativa.
Ramos-Horta falava aos jornalistas no Aeroporto Nicolau Lobato, em Díli, à chegada de uma deslocação à República Popular da China, onde teve oportunidade de visitar a Expo Xangai e o pavilhão de Timor-Leste.
“Embora politicamente, da parte da ASEAN, haja boa vontade de acolher Timor-Leste como 11.º membro, no plano interno de preparação legislativa, de harmonização com a legislação da ASEAN respeitante a matérias como a imigração e questões aduaneiras, semelhante à adesão à UE e por isso um processo muito complexo, Timor-Leste está muito atrasado e não acredito que em dois anos seja possível fazer o que não fizemos em três anos”, disse.
O Presidente elogiou a República Popular da China pela sua capacidade de organização e mostrou-se satisfeito com a participação timorense.
“A Expo Xangai constitui um enorme sucesso e dou os parabéns às autoridades chinesas por terem realizado uma obra de uma enorme dimensão, que confirma a capacidade da China para levar a cabo eventos desta envergadura, como foram os Jogos Olímpicos de 2008 e agora a Expo de 2010”, disse.
Sobre o pavilhão de Timor-Leste, José Ramos-Horta considerou que “é um sucesso”, referindo que diariamente é visitado por 25 a 30 mil pessoas.
“Felicito o Governo, em particular o comissário geral e os seus dois adjuntos, bem como os técnicos envolvidos. Os grupos culturais que foram são de grande qualidade e dignificam a presença timorense”, disse.
O Presidente da República escusou-se a comentar outros assuntos internos, nomeadamente a rejeição, pelo Parlamento timorense, da criação de um centro de triagem de refugiados pretendido pela Austrália, afirmando que só fará declarações após dialogar com o primeiro ministro, Xanana Gusmão, e com outras individualidades.
JA/AL