AHETA critica exiguidade de medidas para o setor que considera “saberem a pouco”

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A AHETA criticou hoje a exiguidade das linhas de crédito a fundo perdido à hotelaria, recordando que as restantes linhas “são empréstimos que terão de ser pagos com encargos” e considerou que as medidas anunciadas “sabem a pouco”, tendo sido tomadas “na perspetiva de uma retoma progressiva da economia que, no caso do turismo, ainda não aconteceu”.

“Estão neste caso, por exemplo, a prorrogação das moratórias até ao próximo mês de Setembro, o que não só não resolve os problemas das empresas hoteleiras e turísticas do Algarve, como as deixa mergulhadas num mar de incertezas e, por conseguinte, sem perspetivas de futuro”, afirma a Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA).

A associação sustenta que as empresas hoteleiras algarvias enfrentam uma gestão deficitária desde o final do mês de Outubro de 2019, o que “conduziu à sua descapitalização, sendo que as previsões para o próximo Verão não permitem arrecadar receitas suficientes para suportar os elevados custos fixos dos empreendimentos turísticos regionais durante a próxima época baixa”.

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“Lamenta-se, também, que a reabertura dos campos de golfe não tenha sido considerada, desde logo, uma vez que estas importantes estruturas de animação turística, pela sua natureza, cumprem todas as regras de segurança”, acrescenta.

Segundo a AHETA, no final do Verão, as empresas irão enfrentar mais uma estação baixa, cuja gestão é deficitária, enquanto a previsível retoma a partir da Páscoa do próximo ano “será gradual e muito lenta, indo demorar alguns anos, não tendo sido tomadas quaisquer medidas financeiras destinadas à capitalização e recapitalização das empresas, uma das medidas mais importantes e necessárias no atual contexto”.

“Assim sendo, e uma vez que depois desta época alta vamos enfrentar mais uma época baixa prolongada, a retoma para níveis dos anos anteriores só é previsível a partir da época turística de 2022, pelo que as moratórias fiscais e financeiras devem ser prorrogadas até Setembro do próximo ano, já que as empresas não irão gerar “cash flow” suficiente para suportar os elevados custos fixos e, muito menos, as amortizações de capital em dívida e respetivos juros”, afirma o comunicado da AHETA.

Sublinha que as linhas de crédito são empréstimos que “terão de ser pagos com encargos e, os eventuais fundos perdidos, mostram-se insuficientes face à dimensão e impacto da crise no sector empresarial do turismo, assim como o Programa APOIAR e APOIAR RENDAS passem a contemplar as Cessões de Exploração, uma prática corrente nos estabelecimentos hoteleiros e turísticos, mas cujos plafonds e vigência são insuficientes e desajustados das necessidades do sector empresarial do turismo, enquanto as linhas de crédito para apoiar as empresas exportadoras não foram reforçadas”.

Também o lay-off simplificado, apesar de alargado, “revela-se pouco ambicioso e muito burocrático, continuando a transferir para as empresas de alguma dimensão a responsabilidade de suportar uma parte importante dos custos salariais e outros encargos, como a TSU, por exemplo, cuja isenção é concedida apenas para grandes quebras de facturação e por um período demasiado curto”.

Para a AHETA, o governo está focado em aprovar medidas, no pressuposto de uma retoma turística, dita progressiva, “esquecendo que a economia do turismo só irá recuperar de forma satisfatória após a resolução do problema sanitário. Neste sentido, torna-se claro que as empresas não estão em condições de suportar os custos fixos e as despesas e amortizações do capital em dívida”.

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