Albufeira: Crescimento das receitas do IMI pode ser “algo perigoso”, diz Presidente da Câmara

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O presidente do concelho de Albufeira, José Carlos Rolo, considera que o crescimento de receitas do IMI para as autarquias é muito positivo “mas também algo perigoso, devido às oscilações que podem afetar as finanças do município”.
O autarca considerou o investimento no imobiliário como fundamental para o desenvolvimento dos territórios e, pela negativa, exemplificou com as implicações da recente crise económica na vida autárquica devido à diminuição do nível da construção e venda de imóveis, com enormes repercussões no IMT. – uma receita fundamental para as autarquias.
“Em 2011/12 arrecadámos à volta de 6 milhões de euros, em 2015/16 cerca de 18 milhões e só no último ano aproximadamente 22 milhões”, explicitou, considerando contudo que esse crescimento é “algo perigosos, devido às oscilações que podem afetar as finanças do município” .
José Carlos Rolo falava durante um encontro autárquico que reuniu dezenas de profissionais em Albufeira na passada segunda-feira, designado “Pequenos-Almoços do Imobiliário”, iniciativa da Vida Imobiliária e do jornal Público Imobiliário.
No encontro, José Araújo, do Millennium BCP, referiu que desde 2014 o banco colocou no mercado mais de 2000 imóveis no valor de 300 milhões de euros, dos quais 365 no concelho de Albufeira, no valor de 38 milhões de euros, o que demonstra a existência de um mercado extremamente dinâmico. Atualmente, a instituição bancária financia 17 projetos imobiliários na região, no montante de 109 milhões de euros, sendo que três são em Albufeira.
Prevê-se a continuação deste ciclo positivo, sendo que a maior parte das vendas são feitas a investidores estrangeiros, com destaque para novos mercados como o francês, o escandinavo e alguns russos, afirmou. “O mercado continua atrativo, há muitos projetos na área do turismo, sendo que a maior parte dos investidores são Fundos Internacionais que continuam a acreditar no Algarve e em Albufeira devido a fatores como o clima, a segurança e os prémios que temos vindo a receber na área do turismo”.
O diretor da Confidencial Imobiliário refere que de acordo com os dados do SIR – Sistema de Informação Residencial, Lisboa e o Algarve foram os mercados que mais recuperaram depois da crise, destacando que em Albufeira o preço de venda é de € 1800 m2, o segundo mercado mais valorizado na região, só ultrapassado por Loulé. Ricardo Guimarães é de opinião que o Brexit é um desafio enorme para a região. “Os ingleses continuam a investir no Algarve: mais de 50% das vendas são no segmento premium, nomeadamente na zona entre Albufeira e Loulé”.
Por sua vez, Ricardo Sousa, da Century 21, apresentou o Estudo do Acesso à Habitação em Portugal, com dados sobre o perfil do comprador, motivações para aquisição de casa, tipologia dos imóveis, taxa de esforço financeiro, etc.
O grande desafio que se coloca, sublinhou, “é encarar as dificuldades sentidas no mercado residencial, não como um problema mas como uma oportunidade de potenciar a oferta. Por outro lado é fundamental promover uma ação coordenada do mercado da habitação, não ao nível do concelho mas da própria região”, concluiu.

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