Alcoutim: Escavações revelam “imponente” edifício romano com mais de dois mil anos

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Os trabalhos começaram em 2008, mas só agora foi possível determinar a verdadeira dimensão do antigo edifício. A última campanha de escavações decorreu entre os meses de julho e agosto

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A quinta e última campanha de escavações no Cerro do Castelinho dos Mouros, no concelho de Alcoutim, que terminou recentemente, permitiu aos arqueólogos definir a grandiosidade do edifício romano localizado naquele local e que se estende por uma área com mais de 600 metros quadrados.

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“Os objetos encontrados, em maior número nesta campanha, confirmaram a cronologia já estabelecida e correspondente ao período republicano romano”, explicam os arqueólogos responsáveis, frisando que se trata de “um dos monumento romanos mais antigos no território português, tendo sido ocupado durante cerca de 100 anos, por cerca de quatro gerações de indivíduos”.

Entre os objetos agora encontrados destaque para a identificação da parte superior de uma ânfora de tradição púnica, produzida na zona de Cádis, que foi reutilizada. Posteriormente serão realizadas análises para clarificar a sua função.

Nesta campanha arqueológica internacional, que uniu o Município de Alcoutim e a Universidade de Innsbruck, na Áustria, a área de de investigação foi alargada até ao limite sul, onde a estrada municipal 507 destruiu a muralha exterior, provocando a derrocada e destruição parcial dos edifícios desta área funcional, situados no exterior do edifício principal.

A intervenção concluiu que o edifício central, que contava com três andares em época romana, era constituído por um piso térreo (o único que se conserva), composto por áreas de circulação e acesso aos pisos superiores, e dois andares superiores, que estariam destinados ao espaço habitacional, tendo sido reservada a parte exterior do edifício, onde se detetaram áreas de lareiras, para a zona funcional.

Os trabalhos, que contaram, tal como em anos precedentes, com a colaboração de jovens voluntários da Universidade do Algarve e voluntários da Associação de Arqueólogos do Algarve, contribuíram com dados que irão aprofundar o conhecimento científico deste tipo de monumento romano, incipientemente conhecido.

A investigação, que se seguirá nos próximos meses, irá permitir divulgar publicamente o edifício romano do séc. II / I a. C., que se ergueria majestático e sobranceiro ao Guadiana, impondo do alto de um cerro xistoso os seus dez metros de altura, protegidos por imponentes muralhas.

A autarquia de Alcoutim já garantiu que, futuramente, pretende proteger, valorizar e tornar visitável este, que é um dos monumentos romanos mais antigos do país.

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