Barack Obama desloca-se a Berlim na próxima semana para celebrar as relações EUA-Alemanha. A visita está ser ensombrada pela descoberta de programa secreto de espionagem do Governo norte-americano.
A indignação dos alemães ao programa de espionagem da administração Obama ameaça marcar a deslocação do Presidente dos EUA a Berlim na próxima semana, para uma visita oficial de dois dias.
Vários partidos estão a expressar o seu descontentamento aos detalhes revelados sobre um sofisticado programa de espionagem da Agência Nacional de Segurança norte-americana (NSA) a milhares de norte-americanos através de registos telefónicos, e relevado por Edward Snowden, um informático ex-funcionário da CIA e consultor da NSA, que se encontra em parte incerta.
“Washington está a utilizar um estilo norte-americano dos métodos da Stasi. Eu pensei que esta era tinha terminado quando caiu a RDA [República Democrática Alemã]”, afirma Marcus Ferber, eurodeputado pelo partido CSU, congénere na Baviera da CDU da chanceler alemã Angela Merkel.
A Stasi – forma abreviada de Ministerrium für Staatssicherheit (Ministério da Segurança do Estado) era a temida e principal organização dos serviços de inteligência da RDA, criada pela União Soviética em 1949.
O líder do partido Verde, Renate Kuenast, considera que a vigillância dos EUA poderá ser “um dos maiores escândalos na privacidade de dados da história”.
Para a ministra alemã da Justiça, Sabine Leutheusser-Schnarrenberger, este caso “é profundamente desconcertante, perigoso e não pode ser ignorado”, e, portanto, são “cruciais” os esclarecimentos de Barack Obama.
Obama chega a Berlim no dia 18 e reúne-se com Merkel no dia seguinte, estando prevista uma conferência de imprensa e um discurso em frente ao Portão de Brandemburgo.
Alguns analistas políticos consideram que o polémico assunto irá enssombrar esta visita que serve para celebrar as relações EUA-Alemanha no 50.º aniversário da famosa declaração “ich bin ein Berliner” do presidente John F. Kennedy, num discurso proferido em Berlim, em 1963, durante o período da Guerra Fria num claro apoio à Alemanha Ocidental.
O porta-voz da chanceler alemã Steffen Seibert garantiu que Angela Merkel irá questionar Obama sobre o polémico programa.