Algarve recebe maior investimento privado desde o autódromo

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“Este investimento é um dos maiores desta legislatura, e do ponto de vista da criação de pontos de trabalho, seguramente, o maior dos últimos anos”, disse Paulo Portas

São poucos e é sempre assim quando há um grande investimento privado na região. Em 2008, foi o então ministro da Economia, Manuel Pinho, que inaugurou com pompa e circunstância o Autódromo Internacional do Algarve (AIA), depois de José Sócrates ter lançado a primeira pedra do projeto meses antes.

No passado dia 28 de agosto, foi o vice-primeiro ministro Paulo Portas que presidiu à cerimónia simbólica de lançamento de “um dos maiores investimentos dos últimos anos em Portugal”: o projeto do grupo IKEA em Loulé.

Estes dois investimentos têm em comum o valor: cerca de 200 milhões de euros é quanto os promotores privados investiram no circuito de Portimão, inaugurado em novembro de 2008, e é quanto o grupo sueco pretende investir na região, apurou o JA.

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Apresentado como “um dos maiores projetos jamais realizados” no Algarve, “determinante” para o futuro económico e turístico da região, o Autódromo Internacional do Algarve, propriedade da Parkalgar, continua a não corresponder às expectativas criadas antes da sua abertura ao público.

Já em relação ao projeto IKEA em Loulé – que contempla a construção de uma loja, um centro comercial e um fashion outlet –, Paulo Portas depositou muita confiança neste investimento, considerando que é “muito significativo do ponto de vista da sua dimensão”. “Este investimento é, do ponto de vista financeiro, um dos maiores desta legislatura, e do ponto de vista da criação de pontos de trabalho, seguramente, o maior dos últimos anos, numa região onde a questão da criação de emprego é muito importante”, sublinhou o governante.

“O nosso dever é não criar complicações”

O vice-primeiro ministro realçou ainda que “não se fazem investimentos sem a colaboração entre a administração central e a administração local”, por isso, disse que a chave para atrair mais investimento é “ter uma atitude aberta e competitiva”.

“O nosso primeiro dever não é criar complicações que levam o investimento para outro lugar e os postos de trabalho para outros países”, frisou Paulo Portas.

O projeto IKEA em Loulé prevê a criação de 3.000 postos de trabalho diretos e indiretos, adianta a empresa. “A loja IKEA Loulé, com cerca de 24 mil metros quadrados, terá como principal característica a sustentabilidade e total integração com o centro comercial. Este projeto será uma oferta única na região do Algarve, a ser inaugurado em 2017”, afirmaram os responsáveis, adiantando que a loja deverá ser inaugurada mais cedo, já no próximo ano.

“Com este projeto da IKEA em Loulé queremos contribuir para o desenvolvimento económico e social da região do Algarve. Estamos, por isso, a planear uma loja inovadora e altamente inspiradora. Vamos criar, só na loja IKEA, 250 postos de trabalho diretos”, salienta Christiane Thomas, retail manager da IKEA Portugal. O projeto contempla ainda um centro comercial e um fashion outlet, com 220 lojas e 3.500 lugares de estacionamento, distribuídos por 85 mil metros quadrados.

Comércio tradicional teme impacto do “gigante comercial”

“Este projeto configura-se numa proposta comercial e de lazer capaz de competir com qualquer dos projetos comerciais de primeiro nível existentes não só em Portugal como na Europa. Durante o período de construção, vamos envolver 10 mil empregos na economia local, potenciando os setores de hotelaria, restauração e comércio”, comenta Richard Vathaire, diretor da IKEA Centres Portugal e Espanha.

Para o vice-presidente da Câmara de Loulé, Hugo Nunes, este será um “investimento estruturante para a região, muito importante para o concelho, e que terá um impacto significativo do ponto de vista da economia local e do emprego”.

Em relação às críticas e aos receios já manifestados pelos comerciantes sobre o impacto deste “gigante comercial” no comércio tradicional, o autarca deixou bem claro que “a autarquia está atenta a esta alteração do modelo de organização da atividade comercial e económica que terá um impacto nos centros urbanos”.

Nesse sentido, a Câmara de Loulé e a própria IKEA estão já a refletir sobre as medidas para implementar que possam ajudar a “mitigar e minorar os impactos menos positivos que possam advir da instalação da IKEA junto do comércio local e que ajudem a procurar novos caminhos e soluções para a vitalidade e para as dinâmicas das zonas comerciais e dos centros urbanos das nossas cidades”.

NC/JA

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1 COMENTÁRIO

  1. A decisão de instalação do IKEA faz parte de uma pesada herança que ainda se abate sobre o concelho, no entanto as autoridades locais tudo farão para colmatar e minimizar quaisquer efeitos laterais que provavelmente nem se chegarão a fazer sentir graças à dinâmica que o concelho está a atingir

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