Algarve vai ser a região do País mais atingida pela crise, diz PCP

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O PCP/Algarve afirmou esta semana que o Algarve se prepara para ser a região do País mais atingida “pela crise que está em desenvolvimento”, sobretudo quanto ao impacto do Turismo na economia, sendo a região marcada pelo impacto do surto epidémico na vida económica e social.

Em comunicado em que faz um balanço detalhado da situação no Algarve, o Partido Comunista Português diagnostica os problemas da região, considerando que, atualmente, “às medidas de prevenção e combate no plano da saúde pública, somam-se as exigências para enfrentar as suas consequências no plano económico e social, avolumados pelo aproveitamento que o grande capital procura fazer da atual situação”.

“Aos impactos do surto epidémico, somam-se os problemas estruturais da vida económica numa região marcada pela dependência quase exclusiva da atividade turística. Com o aeroporto praticamente fechado ao longo de meses, com a quebra de centenas de milhar de reservas, com o encerramento forçado por razões sanitárias de milhares de estabelecimentos, a região do Algarve caminha para uma recessão económica da qual ainda não se conhece a sua verdadeira extensão”.

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Do ponto de vista da saúde, os comunistas algarvios confirmam “o papel insubstituível do Serviço Nacional de Saúde como o único instrumento capaz de combater a epidemia”.

“Numa região onde se multiplicaram ao longo dos últimos anos os hospitais e clínicas privadas financiados à custa dos recursos públicos, bem como os seguros de saúde, confirma-se a importância do SNS e a necessidade da sua valorização para assegurar o direito à saúde por parte do Povo português”, acentua a Direção da Organização Regional do Algarve (DORAL).

Aduz que a concretização do plano de emergência para o SNS, apresentado recentemente pelo PCP, “representaria para o Algarve o reforço do investimento nos profissionais e nas suas condições de trabalho, nas instalações e equipamentos, na rede de cuidados primários, no avanço para a construção do Hospital Central do Algarve, bem como, do novo Hospital de Lagos”.

Sobre o desemprego na região, o PCP observa que não se conhece ainda a sua real dimensão, mas evoca que o número de inscritos nos centros de emprego (26 379 desempregados) mais do que duplicou em Abril (subiu 123,9%) face a igual período do ano anterior (11 782 desempregados).

“Ao desemprego, soma-se a perda de salário que foi imposta a dezenas de milhar de trabalhadores por via da aplicação generalizada do regime do Layoff simplificado à qual terão recorrido cerca de 10 mil empresas na região, incluindo muitos dos maiores grupos económicos – Grupo Eva Transportes, ANA – Aeroportos, Grupo Tivoli, Pine Cliffs (ex-Sheraton), etc – que obtiveram elevados lucros nos últimos anos”, diz o comunicado.

“Tão ou mais grave que o impacto económico e social do surto epidémico é o seu aproveitamento para retirar direitos, cortar salários e impor o agravamento da exploração. Mas é isso que se verificou e verifica no terreno, com a imposição de todo o tipo de arbitrariedades nas relações laborais sem qualquer intervenção relevante por parte da ACT. Desde a imposição de férias forçadas a milhares de trabalhadores, ao alargamento generalizado da jornada de trabalho e desregulação dos horários, até à situação de salários em atraso, de que o Grupo Hoteleiro JJW (envolvendo cerca de 500 trabalhadores) propriedade de um multimilionário estrangeiro, é exemplo”, acrescenta a nota de Imprensa dos comunistas do Algarve.

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