Algarvio Amaro Antunes vence pelo segundo ano consecutivo a Volta

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O algarvio Amaro Antunes (W52-FC Porto), vencedor em 2020, conquistou hoje a 82.ª edição da Volta a Portugal em bicicleta, após a 10.ª e última etapa, um contrarrelógio de 20,3 quilómetros em Viseu, ganho pelo português Rafael Reis (Efapel).

Para conquistar a quarta vitória nesta Volta, Reis gastou 25.24 minutos, menos 12 segundos do que o uruguaio Maurício Moreira (Efapel) e 41 do que o alemão Juri Hollmann (Movistar).

Antunes terminou a Volta com 10 segundos de avanço sobre Maurício Moreira e 1.23 minutos sobre o espanhol Alejandro Marque (Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel).

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O ciclista, natural de Vila Nova de Cacela (Vila Real de Santo António) até pode vir a somar a conquista de uma terceira volta (2017) caso se confirme a perda do título do espanhol Raúl Alarcon, por doping.

Profissional desde 2011, patamar a que chegou depois de brilhar desde júnior – foi campeão nacional de fundo e de contrarrelógio em 2008, ano em que ‘limpou’ quase todas as provas em que participou -, aventurou-se pela primeira vez lá fora na Ceramica Flamínia-Fondriest, a equipa italiana que era um ‘viveiro’ de talentos, mas que foi um sonho frustrado para os portugueses que por lá passaram, abandonados à sua sorte pelos seus patrões.

Individualista q.b., nem sempre consensual, o algarvio regressou a Portugal e nunca escondeu que queria mais, primeiro no Banco Bic-Carmin (2014), depois na LA Aluminios-Antarte (2015 e 2016) e, posteriormente, na W52-FC Porto, equipas onde se destacou, sem nunca ser verdadeiramente o único chefe de fila, e somou lugares no ‘top-10’ da Volta a Portugal.

Foi essa ambição que o levou a dar o salto para o estrangeiro, para a CCC, em 2018, depois de triunfar no alto do Malhão e ser quinto na Volta ao Algarve ganha por Primoz Roglic, de vencer o Troféu Joaquim Agostinho, ocupar o segundo lugar do pódio na Volta de 2017 e de ‘esmagar’ a concorrência, juntamente com o vencedor Raúl Alarcón – pode vir até a herdar este triunfo, quando a Federação Portuguesa de Ciclismo homologar a nova classificação, resultante da desclassificação por doping do seu antigo companheiro, e igualar Joaquim Agostinho e Alves Barbosa no número de vitórias na prova.

Na equipa polaca, deu nas vistas, com lugares de relevo e a vitória na Volta a Malopolska, contudo, foi no ano seguinte, quando a CCC ascendeu ao WorldTour, que o trepador português mais se destacou: esteve durante seis dias no ‘top-10’ do Giro, onde foi mesmo terceiro na 19.ª etapa, antes de ser relegado dos planos dos seus diretores para os grandes palcos.

“Passei uma bonita experiência, por opção também regressei, porque, muita das vezes, é mais importante a nossa motivação e bem-estar e acho que aqui encontro isso. Também me dá mais oportunidade para estar junto da família, que era coisa que não tinha. Tenho 30 anos. Não me posso considerar um velho, mas também para novo não caminho, e é o momento de desfrutar”, disse o ciclista, que é pai de uma menina, à Lusa antes do arranque da 82.ª edição.

De regresso a casa e a uma equipa com a qual se identifica – e pela qual veste a pele de trabalhador sempre que necessário, como aconteceu na Volta ao Algarve deste ano, ganha pelo seu colega algarvio João Rodrigues -, Antunes encontrou o rumo para a primeira vitória na Volta a Portugal, palco maior da expressão das suas qualidades de ‘natural born star’, que o levaram mesmo a um périplo pelas televisões após a sua conquista.

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