Algarvios estão a “consumir” menos antibióticos

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A prescrição de antibióticos nos centros de saúde do Algarve diminuiu cerca de 10% nos últimos oito anos (entre 2009 e 2017), tendo a prescrição de Cefalosporinas e Quinolonas diminuído em 60% e 58%, respetivamente, revela o relatório “Evolução da Prescrição de Antibacterianos nos Cuidados de Saúde Primários da Região de Saúde do Algarve”, divulgado pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, no âmbito do Dia Europeu do Antibiótico que se assinalou este domingo (18 de novembro).

Esta diminuição do consumo de antibacterianos “assume uma grande relevância na melhoria do controle da resistência aos antibióticos e no seu uso correto e eficaz no tratamento de um grande leque de infeções bacterianas, devendo os antibióticos serem utilizados só quando estritamente necessários, conforme as linhas orientadoras pelo Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos da Direção-Geral da Saúde”, explica a ARS Algarve.

A prescrição de antibacterianos em 2009 totalizou 80.902 embalagens na região do Algarve. Destas, 17,9% (14.447) eram Quinolonas, um grupo de fármacos relacionados com antibióticos, usadas por exemplo nas infeções bacterianas do trato urinário ou respiratório. Apesar do número de utilizadores ter aumentado em mais de 30 mil desde 2009, o número total de antibacterianos diminuiu em 2017 para 72.846, tendo a prescrição das Quinolonas reduzido para metade num período de seis anos.

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Neste mesmo período reduziu também, de forma acentuada, a prescrição de Cefalosporinas, de 11.432 em 2009 para 4.575 em 2017, ou seja 60%. Diminuiu também a prescrição dos Macrólidos em 6%, medicação utilizada para o tratamento de, por exemplo, pneumonias e sinusite bacteriana. Neste relatório observa-se, ainda, um aumento da prescrição antibióticos de espetro mais estreito como penicilinas (23%) e um aumento da associação de penicilinas com inibidores das lactamase beta (6%).

Com a publicação deste relatório sobre a prescrição de antibióticos nos três Agrupamentos de Centros de Saúde dos anos 2009, 2016 e 2017, elaborado pelo Núcleo de Monitorização e Análise de Medicamentos e MCDT e pelo Grupo de Coordenação Regional do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (GCR-PPCIRA) do Departamento de Saúde Pública e Planeamento da ARS Algarve, “espera-se conseguir reforçar o empenho de cada um na utilização dos antibióticos, sublinhando que nas infeções virais, tão comuns no inverno, os antibióticos não devem ser usados”, acrescenta a ARS Algarve.

Todos os anos, em novembro, a Organização Mundial de Saúde dedica uma semana aos antibióticos, tendo esta iniciativa como principal objetivo a sensibilização de todos, independentemente da idade, para o seu uso correto, como forma de evitar o aparecimento e disseminação da resistência aos antibióticos.

Na Europa e por iniciativa do Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças (European Centre for Disease Prevention and Control, ECDC), assinala-se a 18 de novembro o Dia Europeu do Antibiótico.

Os antibióticos são utilizados de forma inadequada, quando, por exemplo, são usados para tratamento de constipações e gripes (doenças causadas por vírus contra os quais os antibióticos não atuam) ou são usados de forma incorreta (não se cumpre a duração do tratamento, a dose prescrita, o intervalo entre as tomas).

“A capacidade das bactérias para resistirem aos antibióticos está a aumentar a nível global e não se têm desenvolvido novos antibióticos, o que constitui uma grave ameaça à saúde pública. Sem antibióticos as infeções causadas por bactérias dificilmente serão tratadas”, sublinha a ARS Algarve.

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