O aluno de 13 anos que esta segunda-feira matou um professor e feriu mais quatro pessoas no Instituto Joan Fuster, em Barcelona, utilizando uma besta e um punhal, teve um “surto psicótico” e já era alvo de um acompanhamento especial na escola, por episódios de distração e descida do seu rendimento. A revelação foi feita esta terça-feita pela conselheira de Educação, Irene Rigau, em declarações à Rádio Catalunha, numa altura em que em Espanha se volta a debater a insegurança nos estabelecimentos de ensino.
“No seu relatório escolar é referido que o adolescente necessitava de um acompanhamento especial, porque ultimamente se distraía e registava uma significativa descida no rendimento”, afirmou Irene Rigau, garantindo, porém, que não havia registo de qualquer comportamento agressivo por parte do aluno contra colegas ou professores.
Segundo a responsável, o “surto psicótico” do aluno foi diagnosticado por especialistas da unidade de psiquiatria do Hospital Sant Joan de Déu, defendendo ser vital não “estigmatizar” o aluno, nem a família, uma vez que se trata de um “jovem doente”.
Irene Rigau frisou que a investigação ainda decorre, apelando ao fim das conclusões precipitadas depois de ter sido revelado que o aluno levava uma besta, uma faca, uma pistola de ar e um cocktail molotov para o ataque.
Uma vez que a lei espanhola considera os menores (até 18 anos) “inimputáveis”, o aluno de 13 anos não será interrogado nem julgado. O mais provável é que o jovem fique internado num centro de menores durante dois ou três anos, esclareceu a conselheira de educação, que refere a lei reguladora da responsabilidade penal dos menores.
Multiplicam-se as homenagens ao docente
Entretanto, o Instituto Joan Fuster – que só retomará as atividades letivas na quarta-feira – abriu esta manhã as portas para os professores se reunirem com psicólogos e assistentes sociais com vista a discutirem medidas futuras na sequência do ataque do aluno.
Também dezenas de alunos entraram no estabelecimento – escoltados por agentes da polícia e funcionários da escola de forma a evitarem a exposição mediática – para receberem apoio psicológico.
Paralelamente, centenas de pessoas depositaram flores e velas junto às grades da entrada do edifício, em homenagem ao professor falecido, com mensagens como ‘Na Educação não há espaço para a violência. Basta”, relata o jornal “El Periódico”.
Pelo meio-dia (13h em Lisboa), todas as escolas na Catalunha cumpriram um minuto de silêncio em memória da vítima, enquanto o líder catalão Artur Mas irá ainda hoje prestar uma homenagem frente ao Palácio do Governo, no dia de luto oficial na região autónoma.
Na quarta-feira, o Instituto Joan Fuster retomará as atividades, estando prevista uma homenagem na parte da manhã ao professor falecido.
Abel Martínez Oliva, de 35 anos, era natural de Lérida, e estava há quinze dias a substituir uma professora de Ciências Sociais que se encontrava de baixa.
RE