AMAL e Universidade vão avaliar “plano Marshall” para a região, diz Pina

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A Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) vai trabalhar com a universidade da região para definir que investimentos públicos municipais podem, em cada município, incentivar as empresas e o emprego, numa espécie de ‘plano Marshall’, disse o presidente.

António Pina, que acumula a presidência da AMAL com a da Câmara de Olhão, adiantou que este trabalho vai ser conduzido pela Universidade do Algarve (UAlg), a partir da próxima semana, ao participar numa conferência em direto organizada hoje por teleconferência pela Associação Nacional dos Jovens Empresários (ANJE) para debater os impactos da pandemia de covid-19.

O presidente da AMAL enalteceu a capacidade de “união” que os algarvios e os municípios têm demonstrado durante a pandemia e o trabalho que está a ser feito, tanto pelas autarquias como pelo setor do turismo, para criar confiança e segurança aos seus visitantes e, assim, conseguir minimizar o impacto da crise económica que o confinamento e o encerramento da economia provocaram nos últimos meses.

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António Pina considerou que os 16 municípios do distrito de Faro conseguiram dar uma resposta conjunta, mas com margem para acomodar as particularidades locais, defendendo a necessidade de manter, na fase de desconfinamento, apoios que permitam conservar as empresas a funcionar e o emprego até à próxima Páscoa, quando se prevê um regresso mais próximo àquilo que era a normalidade existente antes da pandemia.

“A AMAL está a trabalhar para termos a nossa proposta de ‘plano Marshall’ [plano com o qual os aliados apoiaram a reconstrução da Europa após a II Guerra Mundial]. Temos ouvido falar sobre aquilo que são as necessidades de financiar a economia e discutido os milhões, mas ainda não se discutiu quais vão ser as prioridades no investimento com esses milhões”, afirmou.

A mesma fonte explicou que já foi pedido à universidade para fazer uma análise nos 16 municípios “tendo como principal variável a valorização de projetos municipais de investimento público, para avaliar quais são aqueles que têm maior impacto na economia e na criação de emprego”.

Pina apontou como alvo deste trabalho investimentos que carecem de financiamento, mas também outros que se deparam com “impossibilidades de licenciamento” e “questões de ordenamento do território”, dando como exemplo um projeto de aquacultura para produzir dourada que não avançou por estas razões.

Sobre o turismo, o principal setor da atividade na região, António Pina destacou a importância de “mostrar aos portugueses, em primeiro lugar, e aos europeus, depois”, que o Algarve é uma região que implementa medidas para torná-la num “destino seguro, não só em perceção, mas de forma efetiva”.

Nesse sentido, foi criada pelo Turismo de Portugal o selo ‘Clean & Safe’, que certifica a implementação das medidas necessárias para evitar a propagação e contágio junto dos seus visitantes e colaboradores, mas é também necessário fazer chegar a mensagem aos turistas, sublinhou.

O objetivo é atrair o máximo de visitantes possível e “tentar que este verão possa, sem ser tão escaldante como no ano passado, ser mais ou menos ameno para diminuir a grande preocupação de todos” sobre o futuro da economia, notou.

“Foi importante pôr a mão por baixo da economia, mas é preciso continuar a agarrá-la para não a deixar cair nos próximos seis a nove meses e saber como isso se vai fazer”, disse, referindo-se aos apoios iniciais ao ‘lay-off’ e às linhas de crédito disponibilizadas inicialmente pelo Governo.

Contudo, alegou, esses apoios iniciais devem agora dar lugar a outros, como o incentivo a investimentos municipais que permitam incentivar emprego e ajudar a economia.

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