Ano e meio à espera de consulta e nem sabe quando será operada

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A jovem teve que ir várias vezes às urgências do Hospital de Faro devido às fortes dores

 

Jovem desespera com dores após rotura de ligamentos e de menisco. Situações repetem-se no Centro Hospitalar Universitário do Algarve, devido à falta de médicos em diversas especialidades

DOMINGOS VIEGAS

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A história de Bruna com o Serviço Nacional de Saúde, mais propriamente com o Centro Hospitalar do Algarve (CHUA), começou em abril de 2017, quando uma queda na aula de Educação Física lhe provocou aquilo que, mais tarde, viria a saber que era uma rotura de ligamentos e do menisco. Passado mais de ano e meio, continua à espera de uma consulta com um ortopedista que a envie para cirurgia.

O caso desta jovem de 15 anos, residente em Olhão, é mais uma das muitas situações que continuam a acontecer no Algarve, devido às longas listas de espera para consultas e cirurgias em várias especialidades. Um problema de falta de médicos, que os sucessivos governos não têm conseguido resolver, apesar da constante abertura de concursos. Os médicos não concorrem e as vagas ficam por preencher.

Mas o caso de Bruna não se resume apenas ao tempo de espera, apesar de estar a aguardar uma consulta de ortopedia desde meados de 2017. Depois da primeira queda, há um ano e meio, recorreu às urgências do Hospital de Faro onde lhe foi efetuado um raio-X que não acusou qualquer osso partido. Um mês depois voltou a cair na escola, foi novamente às urgências daquele hospital e foi-lhe efetuado mais um raio-X. A conclusão foi a mesma: não há qualquer osso partido. Entretanto, as dores continuavam cada vez que fazia um movimento de rotação do corpo.

“Fomos ao médico de família, que pediu para fazer uma ressonância magnética. Aí é que ficámos a saber que a Bruna tinha rotura nos ligamentos e no menisco. Como é que um raio-X podia detetar isso? Claro que não”, conta Marta Sousa, a mãe da jovem.

Bruna continuou a cair cada vez que rodava o corpo e cada uma destas situações era acompanhada “por dores insuportáveis”, conta Marta Sousa, frisando que o médico de família já tinha considerado que se tratava de “um caso grave”. Até que no passado mês de outubro, depois de voltar a cair e de não conseguir conter as dores, Bruna foi novamente às urgências do Hospital de Faro.

“Desta vez alertámos logo que se tratava de rotura de ligamentos e de menisco e levámos os exames. Disseram-nos que não havia ortopedista nas urgências e pediram para passar o processo para Portimão. Fomos para Portimão e o ortopedista voltou a fazer um raio-X. Depois colocaram-lhe uma tala engessada e mandaram-na para casa”, conta a mãe de Bruna.

Entretanto, Bruna foi notificada que a consulta pela qual aguarda desde abril de 2017 foi marcada para esta segunda-feira, dia 19 de novembro, ou seja, um ano e meio depois de ter sido solicitada. “Depois de todo este tempo, a Bruna já não tem ligamentos no joelho, tem osso com osso e, agora, vamos ver quando é que será operada. Não sei se terá que esperar mais um ano e meio”, lamenta Marta Sousa.

(Notícia publicada na edição impressa e semanal do Jornal do Algarve de 15/11/2018)

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