António Costa não cede na baixa da TSU dos trabalhadores

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O secretário-geral do PS acabou na noite desta quarta-feira com as dúvidas: a proposta de baixar a contribuição dos trabalhadores para a Segurança Social (vulgo TSU), constante do cenário macroeconómico elaborado pelo grupo de doze economistas liderado por Mário Centeno, é mesmo para levar por diante.

Na sequência da reunião da Comissão Nacional, no domingo, ficou no ar a ideia que António Costa poderia ser sensível às reservas à medida, manifestadas por vários socialistas – com Maria Rosário Gama, líder da APRE, à cabeça – e retirá-la do programa. Mas na noite desta quarta-feira, numa sessão de esclarecimento sobre a sustentabilidade da Segurança Social (organizada de terça para quarta-feira, precisamente para vincar a recusa do PS em negociar com o Governo nesta matéria), ficou claro que não: a medida fica.

“O efeito na economia compensa largamente a perda de receita transitória”, argumenta o líder socialista, que explica ainda que uma descida no IRS não teria o mesmo efeito de “aumento do rendimento disponível das famílias” (a grande prioridade definida pelo cenário macro) pela simples razão que “grande parte dos agregados ganha tão pouco que está isento do IRS” – logo, não beneficiaria de qualquer baixa no imposto sobre o rendimento.

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Costa sublinha, porém, que a baixa da TSU será temporária e progressiva (ao longo de três anos) e voltará a haver uma reposição gradual até aos níveis iniciais ao longo de oito anos ( o último ano da legislatura será o primeiro da reposição).

Aos que criticaram o facto de o PS ter ido recuperar um tema de má memória (foi a proposta do atual Governo para mexer na TSU que originou a megamanifestação de protesto em setembro de 2012, em Lisboa), o líder do PS quis deixar claro: “A TSU é a mesma mas o que o Governo propôs foi aumentar em sete pontos a TSU dos trabalhadores para diminuir a dos empregadores. Não haja confusões”.

Ainda assim, permaneceram dúvidas na assistência. Pelo menos duas pessoas, entre as duas dezenas de inscritos para colocar questões à mesa, levantaram a questão: “E se não crescermos?”. Coube a Vieira da Silva responder: “Nós assumimos a responsabilidade de detalhar as medidas ano a ano. Vamos avaliá-las e corrigi-las (se for o caso) ano a ano”, garantiu.

António Costa, a fechar a sessão, rematou: “Se não dermos um impulso muito grande à criação de emprego, aí sim é que estamos a pôr em causa a sustentabilidade da Segurança Social”.

RE

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