Apenas metade dos portugueses consegue fazer poupança

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Os resultados do inquérito à literacia financeira do Banco de Portugal, hoje divulgados, revelam que apenas 52 por cento dos portugueses costumam fazer poupanças, com a maioria dos restantes a dizerem que o rendimento auferido não permite poupar.

Entre os 48 por cento de cidadãos que admitem não fazer poupanças, 88 por cento diz que não o faz porque o rendimento não permite, sete por cento porque não é uma prioridade e cinco por cento por outra razão, segundo o primeiro estudo do género feito em Portugal pelo supervisor bancário.

O inquérito foi feito com base em 94 questões colocadas a entrevistados a partir dos 16 anos, entre fevereiro e março de 2010, e foi conduzido pela Eurosondagem, que aponta para uma margem de erro de 2,2 por cento e uma probabilidade de 95 por cento.

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Refira-se que, de entre os 52 por cento de portugueses que dizem fazer poupanças, apenas 56 por cento o faz regularmente.

“A percentagem de inquiridos que afirmam fazer poupanças está ao nível dos valores mais baixos registados em países que realizaram inquéritos deste tipo: 52 por cento nos EUA ou 58 por cento na Holanda, face a 71 por cento na Nova Zelândia ou 82 por cento na Austrália”, sublinhou a entidade liderada por Carlos Costa.

O Banco de Portugal refere que “embora estes resultados não sejam muito surpreendentes face às comparações internacionais de estatísticas sobre as taxas de poupança nacional, de acordo com as quais os indicadores portugueses são relativamente mais baixos, os resultados do inquérito não podem ser utilizados para retirar conclusões sobre o volume de poupança nacional”, porque a pergunta não incidiu sobre o montante de poupanças efetuadas e porque se desconhece a regularidade com que a poupança é realizada.

Apenas cerca de 20 por cento dos inquiridos afirmam poupar numa lógica de médio e longo prazo, aplicando os recursos numa conta a prazo ou noutra aplicação financeira.

“Dos inquiridos que dizem fazer poupanças, a maioria (54 por cento) considera como poupança o dinheiro deixado numa conta à ordem para gastar mais tarde. A prática de deixar os recursos excedentários numa conta à ordem poderá indicar alguma inércia quanto à poupança, o que normalmente decorre da falta de sensibilizada à sua importância ou do desconhecimento sobre as possíveis aplicações”, conclui o estudo.

Quando questionados sobre a motivação para a poupança, a maioria dos que poupam (58 por cento indicam razões de precaução (ou seja, para fazer face a despesas imprevistas), 14 por cento poupam como forma de acumulação de riqueza (para aquisição de bens duradouros ou preparação da reforma) e 15 por cento referem objetivos relativamente imediatos, como férias e viagens.

“As decisões quanto à poupança são determinadas também, em grande medida, por restrições financeiras: a maioria dos inquiridos que não poupam (88 por cento) referem rendimentos insuficientes como principal razão”, realçou o Banco de Portugal.

AL/JA

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