Pedro Oliveira é presidente da Junta de Freguesia de S. Clemente, do concelho de Loulé, há 21 anos. Diariamente gere uma área habitada por cerca de 17 mil pessoas. Ao JA, diz-se preocupado com a área social. A falta de habitação social, de creches e de emprego que afeta a freguesia são áreas em que coloca uma tónica a par da conclusão de algumas obras estratégicas para o desenvolvimento da freguesia
Jornal do Algarve – A atual crise, veio de alguma forma alterar o plano de trabalho que a sua equipa havia delineado no programa eleitoral?
Pedro Oliveira- Pouco veio alterar uma vez que as facilidades nunca abundaram e os planos de trabalho traçados irão ser cumpridos, com maior ou menor dificuldade. Procuraremos evitar ainda mais despesas supérfluas, ser criteriosos e olhar ainda mais às prioridades.
JA – Quais os maiores problemas que diagnostica na freguesia neste momento?
PO – Sem dúvida, alguns problemas e dificuldades sociais associadas ao desemprego que facilmente resultam deste quadro de instabilidade que na nossa freguesia é visível e sentido.
JA – A freguesia tem registado um crescimento acentuado que é verificável com vários prédios novos. Pode explicar porque defende que existe falta de habitação?
PO – A falta de habitação a que me refiro, não é a que atualmente encontramos no mercado e que é bastante nesta freguesia. Com o aumento do desemprego e as restrições ao crédito, as famílias mais necessitadas, numerosas e jovens, não têm condições financeiras para aquisição dessas habitações.
Por outro lado, não é fácil recorrer ao arrendamento. Por exclusão destas duas possibilidades a única alternativa, seria a habitação social, onde as parcerias entre as Câmaras Municipais e Administração Central, veem funcionando com alguma eficácia, mas que nestes últimos anos abrandou e não responde às reais necessidades das famílias que mencionei.
Posso também referir que as Cooperativas de Habitação devido aos preços dos terrenos e exigências técnicas nas construções elevaram os preços que são idênticos aos praticados pelos privados.
JA – Quais os projetos ou obras previstos em que coloca um selo “prioritário” para a freguesia?
PO – As obras atualmente em fase de execução e em projeto, tais como: a requalificação da EN 125/4 entre Goncinha e Valados que muito melhorará a qualidade das condições do trânsito nesta zona.
Disse melhorará mas não se resolve. Só a concretização em obra, do projeto atualmente em estudo – Variante a esta estrada – trará as condições ideais ou aceitáveis, uma vez que à atual via será dada
uma função mais de via e trânsito local. Também a concretização da Avenida Nascente, na saída para saída para São Brás de Alportel, beneficiou e dignificou uma zona tão problemática, que em muito beneficiou a qualidade devida daqueles residentes.
Importa ainda finalizar o abastecimento de água e saneamento às zonas ainda sem essas infraestruturas assim como a repavimentação de algumas estradas municipais, que, em tempo útil foram solicitadas.
A necessária e urgente construção de creches e jardins-de-infância na freguesia, que (…)
Entrevista publicada na íntegra na edição papel de 10 de fevereiro de 2011 do Jornal do Algarve