A Associação Portuguesa de Imprensa (API) informou hoje que “apenas uma pequeníssima parte” da compra antecipada de publicidade do Estado, decidida em 17 de abril, foi paga e que nesses pagamentos não foi contemplado qualquer órgão de comunicação social regional e local.
“A compra antecipada de publicidade do Estado ‘Covid-19’ foi decidida em 17 de abril, foi ratificada por diplomas legais de 6 e 19 de maio e, até hoje, apenas uma pequeníssima parte foi paga sem incluir qualquer órgão de comunicação social regional e local”, enfatizou a API.
Em comunicado, a associação lamenta o atual estado do apoio aos órgãos de comunicação social por parte do Estado, sustentando – citando comunicações recentes dos comissários europeus Vera Jourova e Thierry Breton – que “os meios de comunicação social estão vulneráveis em face de ingerências políticas, nomeadamente se a sua situação económica não for estável”.
“Por isso mesmo, as Associações de Imprensa portuguesas lutam por apoios do Estado justos e autónomos, com mais de 20 anos de experiência de independência e agora com a urgência da pandemia de Covid-19”, observa o documento.
A API lamenta que o Orçamento de Estado de 2021, e as perspetivas sejam seguramente diferentes das que os comissários europeus propalam, pois com o nível de execução da Publicidade Institucional do Estado em 2020, o que se prevê para 2021 não será nada de concreto”.
“A banca portuguesa tem dado sinais de ignorar a realidade e a importância do papel que todos reconhecem aos media, e remete para o novel Banco de Fomento qualquer tipo de apoio de tesouraria”, enfatiza a API, lamentando que o Plano Nacional de Recuperação (Costa Silva) “ignore totalmente as realidades”.