Após vencer no estrangeiro, Bernie Sanders derrota Clinton no Idaho e Utah

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Sanders venceu no Utah e Idaho e acumulou mais alguns delegados, mas provavelmente não os suficientes para roubar a nomeação democrata à rival Hillary Cliton

Bernie Sanders está a ter uma boa semana na corrida presidencial norte-americana. Depois de provar que é o favorito entre os norte-americanos a viver no estrangeiro, confirmando-se a sua vitória nas primárias externas do partido (que aconteceram a 1 de março mas cujos resultados só foram divulgados esta semana), na madrugada desta quarta-feira conseguiu voltar a ganhar no Utah e no Idaho, dois dos três estados a votos, saindo derrotado por Hillary Clinton apenas no Arizona.

Com cerca de 70% dos votos contabilizados, o chefe de campanha do senador pelo Vermont não quis para já aceitar a derrota. “Há obviamente algo de errado com estes números”, declarou Jeff Weaver à CNN quando começaram a surgir os primeiros resultados à boca de urna no estado, prevendo uma vitória de Clinton com um avanço de mais de 20 pontos percentuais. “Não estou à espera de uma vitória mas também não estou à espera de uma derrota.”

O Arizona era o estado com mais delegados em disputa na noite passada e as votações ficaram manchadas por dezenas de denúncias e queixas de incompetência dos funcionários eleitorais, no limite sabotagem intencional. Ainda as urnas continuavam abertas e as filas de eleitores sob o impiedoso sol do Arizona não paravam de aumentar, com um número indefinido de eleitores democratas a serem informados de que estavam registados como republicanos, independentes ou não estavam registados de todo. Muitos acabariam por descobrir que não podiam votar no candidato que apoiam por causa desses problemas, que mereceram referência de jornais como o “Washington Post”.

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Apesar da derrota no maior estado a votos esta noite, Sanders conseguiu contudo vencer os caucus democráticos dos pequenos estados do Utah e do Idaho, acumulando mais alguns delegados — mas provavelmente não os suficientes para roubar a nomeação à rival nesta altura da corrida, apontava ontem o “Politico” ainda antes de as urnas fecharem nos três estados.

Nesse artigo, o jornal americano referia que, apesar das surpresas e reviravoltas da mais interessante corrida presidencial das últimas décadas, já está praticamente definido quem será o representante de cada partido a disputar a Casa Branca em novembro. E a julgar pela vitória de Donald Trump no Arizona, o exercício de futurologia está correto. Os 58 delegados republicanos em disputa nesse estado eram atribuídos na sua totalidade ao primeiro colocado, sem surpresas o magnata xenófobo que voltou a espalhar o horror ontem com a sua reação aos atentados de Bruxelas — um tema que dominou todo o dia e noite de votações nos EUA. O senador Ted Cruz, que competiu diretamente com Trump ao nível da reação horrífica e racista aos atentados na Europa, conseguiu roubar o único outro estado que os três resistentes da corrida republicana disputaram esta noite, vencendo o caucus do Utah.

Joana Azevedo Viana (Rede Expresso)

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