Argentina reúne em Nova Iorque para evitar bancarrota no final do mês

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Uma delegação de alto nível do governo de Buenos Aires chefiada pelo próprio ministro da Economia Axel Kicillof reúne hoje em Nova Iorque com o advogado Daniel Pollack designado pelo juiz nova-iorquino Thomas Griesa como mediador na negociação da Argentina com os fundos abutre.

Caso a negociação não avance, a Argentina arrisca um default parcial no final deste mês quando termina o período de graça de trinta dias depois da suspensão de pagamento de juros a credores ordenada pelo juiz Griesa no dia 27 de junho junto de entidades financeiras como o Bank of New York Mellon e a Euroclear.

O preço dos seguros contra o risco de incumprimento da dívida argentina a cinco anos – designados por credit default swaps (cds no acrónimo) fechou a semana passada em 1719 pontos base, muito abaixo dos 2652 pontos base registados em 17 de junho, logo a seguir à decisão do Tribunal Supremo dos Estados Unidos em indeferir o recurso apresentado pela Argentina suspendendo a decisão inicial do juiz Griesa. Depois de conhecida essa decisão desfavorável, a agência de notação Standard & Poor’s cortou o rating da dívida argentina em moeda estrangeira em dois níveis, empurrando-o para CCC-, um nível em que há poucas perspetivas de recuperação da dívida por parte dos credores, já não muito longe de uma situação pura e simples de bancarrota.

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Trata-se, no entanto, de um nível de cds elevado que coloca a Argentina na liderança do “clube” dos 10 países com mais alta probabilidade de entrar em incumprimento da dívida. Esta probabilidade está em mais de 75% num prazo de cinco anos.

Recorde-se que o juiz norte-americano decidiu, em novembro de 2012, que o país sul-americano teria de pagar aos fundos abutre a totalidade dos títulos de dívida que estes detêm e que adquiriram a credores que não aceitaram as reestruturações de dívida realizadas em 2005 e 2010, o que soma, com juros, cerca de 1,5 mil milhões de dólares. O processo arrastou-se entretanto.

Griesa impediu, recentemente, a 27 de junho, que entidades bancárias estrangeiras pagassem a 30 de junho os juros devidos a credores possuidores de títulos de dívida reestruturados denominados em dólares, euros e ienes e fora de jurisdição argentina. O montante de juros, nessas condições, somava 532 milhões de dólares, que, se não forem pagos até final de julho, prefiguram uma situação de incumprimento parcial.

No âmbito de uma ofensiva política internacional, a Argentina recolheu, agora, o apoio da Organização dos Estados Americanos para evitar uma recaída em bancarrota por decisão de um juiz que colocou em causa o processo de reestruturação de dívida realizado em 2005 e 2010 ao dar razão aos fundos litigantes. Em junho, o governo de Buenos Aires havia ganho o apoio do Grupo G77+ China nas Nações Unidas.

RE

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