Arquitetos propõem cidade futurista, com hortas nos terraços e edifícios em bioplástico

ouvir notícia

Um silo alimentar na Praça da Figueira, uma piscina sobre o rio no Terreiro do Paço, hortas nos terraços dos edifícios e prédios feitos de bioplástico. É este o olhar de arquitecto para uma Lisboa ‘pós-petróleo’.

As ideias futuristas de uma capital menos dependente do petróleo podem ser vistas na exposição “Post Oil Cities – 2010 Lisboa” que está patente na sede nacional da Ordem dos Arquitectos.

- Publicidade -

“Identificámos as carências da Baixa e tentámos resolvê-las. Definimos as nossas propostas nessa base”, explicou à Lusa Emmanuel Novo, que em conjunto o Atelier Data (tutor do projeto) agarrou na Baixa de hoje e a transformou.

também com este conjunto de ideias que aparece um mega silo alimentar no Terreiro do Paço, onde o leite produzido pelas vacas alinhadas no primeiro piso é bebido no piso térreo pelos visitantes do café.

“A ideia era reinventar o conceito do antigo mercado da Praça da Figueira, recuperar a ideia, mas associá-la a um silo de produção alimentar e marcar a relação directa entre produtor e consumidor”, explicou André Martins, outro dos arquitetos participantes no projeto.

“Pretendíamos que quem habitasse na Baixa pudesse ter aqui todas as infraesruturas de que precisa, sem ter de se deslocar, o que reduz também as perdas de energia”, acrescentou.

Para quem julga que a Lisboa ‘pós-petróleo’ representa uma ruptura com o passado desengane-se. Na Baixa do futuro tudo vai coexistir. Carros, elevadores, elétricos e teleféricos.

“O estilo de vida das pessoas não mudará de forma abrupta (…). Os carros continuam, mas movidos a outros tipos de energia, e as pessoas continuam a ter conforto, mas com outra tecnologia, com energias produzidas localmente”, sublinhou, apontando para uma das imagens que mostra um grupo de painéis solares num terraço.

A ideia do projecto tutorado pelo atelier ‘Campos Costa Arquitectos’ parece à primeira vista bem mais simples. Um placard onde se mostra uma garrafa verde com uma mensagem lá dentro.

“A garrafa representa o pedido de ajuda”, afirma Nuno André Patrício, um dos arquitectos que participou neste projecto, que pretendeu agitar consciências e ajudar a responder à pergunta ‘Como se pode viver sem petróleo?’.

“Propomos colocar garrafas com pedidos auxilio que são as ideias para Lisboa, no sentido de activar consciências. Serão colocadas em vários pontos de Lisboa. As mensagens dos pedidos de ajuda são as nossas propostas para cada um desses espaços”, explicou.

Painéis fotovoltaicos nos viadutos, hortas municipais em zonas de estacionamento para camiões ou um teleférico na Ponte Vasco da Gama, movido a energia eólica, para reduzir as deslocações pendulares de automóvel. São estas algumas das 40 ideias a espalhar pela cidade em outubro/novembro

Para uma Lisboa futurista, onde a biologia se cruza com a arquitectura, os ‘Arquitectos Anónimos’ tiraram do bolso edifícios produzidos a bioplástico.

“A ideia foi propor um edifício a construir com materiais alternativos, neste caso o bioplástico, que seria induzido numa espécie de código genético cujo software seriam os projectistas a criar”, disse Filipe Afonso, olhando para o ecrã que na sala de exposições mostra o trabalhar de uma ultra-moderna máquina capaz de produzir bioplástico e de lhe dar forma.

A exposição está integrada no desafio ‘Post Oil Cities’, promovido pela plataforma ‘A Casa da Vizinha’ e pela Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitectos (AO), que pretende ajudar a pensar as cidades, onde se concentra mais de metade da população mundial.

As ideias, projectos e utopias para uma Lisboa sem petróleo podem ser vistas até 04 de Outubro, Dia Mundial da Arquitetura.

- Publicidade -
spot_imgspot_img

Deixe um comentário

+Notícias

Exclusivos

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.