Artesanato e gastronomia geram 10 programas turísticos

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O desenvolvimento de dez novos programas de turismo cultural e criativo focados em produtos de artesanato, para comercializar no mercado, é o objetivo do novo projeto “Algarve Craft & Food”, hoje apresentado em Faro.

O projeto, que visa criar experiências turísticas diferenciadoras em locais de menor afluência turística, como as zonas rurais e o interior algarvio, resulta de uma parceria entre a Região de Turismo do Algarve (RTA), a empresa Tertúlia Algarvia e a Cooperativa para o Desenvolvimento dos Territórios de Baixa Densidade (QRER).

Os programas pressupõem que os turistas aprendam técnicas de artesanato, para depois elaborarem peças características da região, e participem em atividades que podem estar relacionadas com agricultura, pesca ou gastronomia.

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“Mas sempre com as mãos na massa, em que o turista é o principal ator e é ele que vai manufaturar, quer a peça de artesanato quer depois aquilo que vai comer”, disse João Amaro, diretor executivo da Tertúlia Algarvia.

O responsável deu como exemplos programas em que alguém “faça uma cataplana em cobre e a seguir vá confecionar uma cataplana, ou que vá participar numa colheita de laranja e que faça uma cesta para guardar essa laranja”.

Numa primeira fase, o projeto implica o desenvolvimento, em conjunto, por artesãos, designers, produtores agroalimentares locais e ‘chefs’ de cozinha, de programas com potencial turístico para depois serem testados pelo mercado.

A realização de residências criativas, ‘workshops’ técnicos, laboratórios criativos e um seminário sobre internacionalização de artesanato e produtos alimentares locais são algumas das ações previstas nesta fase inicial.

“Nós precisamos de juntar um designer e um artesão para criar uma peça que possa ser desenvolvida em meio dia, ou num dia, para depois integrar num programa de turismo criativo”, explicou João Amaro, descartando a criação de peças com um processo mais longo de desenvolvimento.

Até ao final do primeiro semestre de 2021, o objetivo passa por criar dez “bons ou muito bons” programas que possam ser “comercializáveis e que correspondam ao que o mercado procura”, acrescentou o empresário.

Como o projeto tem uma duração de 24 meses, a meta passa por criar programas que tenham continuidade, permitindo aumentar as fontes de rendimento de artesãos e produtores alimentares.

“Temos de fazer uma avaliação muito importante no território de quem são os artesãos e produtores locais com condições para desenvolver, de forma permanente ou constante, este tipo de experiências”, sublinhou.

De acordo com João Amaro, “se o mercado precisar de véspera ou com dois dias de antecedência, porque há um grupo de dez pessoas interessadas, essa experiência tem de acontecer”.

O presidente da RTA, João Fernandes, frisou que “olhar para as tradições da região e dar-lhes nova vida” confere um “cunho muito interessante” a um projeto que permitirá chegar a novos turistas.

A aposta passa por mercados turísticos mais emergentes, como o norte-americano (Estados Unidos e Canadá), o norte da Europa e Espanha, mas também em Portugal.

O projeto “Algarve Craft & Food” conta com um orçamento de de 725 mil euros, com financiamento de 70% pelo CRESC Algarve 2020.

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