As 14 propostas que Passos vai ouvir

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Arménio Carlos irá transmitir as preocupações da CGTP ao primeiro-ministro

Depois de ter recebido os partidos com assento parlamentar (exceptuando o PS), na terça-feira, o primeiro-ministro reúne em São Bento com os parceiros sociais, “para encontrar um entendimento político e social alargado sobre a estratégia pós-troika”, que “pode beneficiar significativamente as perspetivas de crescimento e de emprego para a economia portuguesa e para os portugueses”.

Passos Coelho admitiu no domingo a possibilidade de o Governo vir a aumentar o salário mínimo nacional, fixado em 485 euros, e de rever as condições da contratação coletiva, concessão que foi bem acolhida pelos parceiros sociais. Antes do encontro, o Expresso desafiou os envolvidos nas reuniões com Passos Coelho a discriminar quais são as medidas que consideram fundamental que sejam aplicadas mal a troika saia de Portugal.

CARLOS SILVA, SECRETÁRIO-GERAL DA UGT

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“Há duas questões importantíssimas que queremos endereçar: avançar com um acordo de concertação social, que tem de se começar a discutir já, para aumentar o salário mínimo nacional – e não é para 2015, é assim que houver acordo; desbloquear a contratação coletiva, porque o Governo continua em incumprimento nesta matéria desde 2012.

Nós precisamos de obter crescimento económico e combater o desemprego, que são as duas chagas que temos no país. Temos 800 mil desempregados, 15,3%, que continua a ser um número muito elevado – é a quinta taxa mais elevada da Europa. Quanto ao crescimento, passa por dinamizar o mercado interno, o que poderá acontecer através do aumento de salários. Por isso é que o salário mínimo é fundamental.

Além das exportações, que estão a ficar bem, temos de dinamizar o mercado internamente e isso também passa por ter as empresas a produzir mais. Ou seja, está tudo relacionado e tudo isto é tão simples como acabei de dizer.”

ANTÓNIO SARAIVA, PRESIDENTE DA CONFEDERAÇÃO EMPRESARIAL DE PORTUGAL – CIP

“Vamos ouvir o primeiro-ministro sobre o período pós-troika, queremos saber o que o Governo pensa e quais são as políticas que tem definidas para esse período.

O fundamental é conseguirmos crescimento económico e vamos ver com que reformas o Governo pretende atingir este objetivo. Para nós, passa por haver uma fiscalidade mais amiga do investimento, uma burocracia menos asfixiante para o sector empresarial e um licenciamento mais expedito, porque isto é um calvário para as empresas. Tem de haver uma justiça económica que funcione, tem de ser facilitado o acesso ao crédito em condições mais favoráveis do que aquelas que temos hoje e tem de haver recapitalização das empresas.

Este é o conjunto de temas que terão de ser tratados. Por isso, vamos ouvir o primeiro-ministro sobre estes pontos.”

ARMÉNIO CARLOS, SECRETÁRIO-GERAL DA CGTP

A subida imediata do salário mínimo para 515 euros, “sem qualquer tipo de cedências por parte dos trabalhadores”. É esta a reivindicação da CGTP que encabeça a lista de exigências e ideias para apresentar ao Governo.

Arménio Carlos pede também que se ponha “um travão” na reforma da administração pública e que seja suspensa da revisão da legislação laboral.

“É preciso inverter a política do Governo para promover o crescimento económico”, frisa Arménio Carlos.

JOÃO VIEIRA LOPES, PRESIDENTE DA CONFEDERAÇÃO DO COMÉRCIO E SERVIÇOS DE PORTUGAL (CCP)

Para João Vieira Lopes, é indiferente que a discussão sobre as medidas a tomar seja feita antes ou depois de a troika sair.

“As condicionantes do país pouco têm que ver com a troika – têm mais que ver com o tratado orçamental.”

O presidente da CCP defende que só com políticas europeias fortes se consegue manter a dívida a 60% do PIB, o que considera fundamental para o futuro da economia portuguesa.

JOÃO DINIS, MEMBRO DA DIREÇÃO DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE AGRICULTURA

“Que a TROIKA não deixe cá ‘nem semente nem raiz’. É preciso rebentar com este pacto orçamental no sentido de existir mais investimento público no setor agrícola, no mundo rural e na agricultura familiar, em especial.”

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