“As grávidas não são todas iguais”

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Enquanto, em Lisboa, as quatro maternidades já têm assegurado um reforço de médicos para este verão, as grávidas do barlavento algarvio estão a ser encaminhadas para a unidade de Faro, com algumas a serem forçadas a percorrer 100 quilómetros ou mais…! Estas situações têm levado a um crescente descontentamento por parte dos utentes. No último sábado, mais de uma centena de pessoas saiu à rua para exigir melhores condições de saúde no Hospital de Portimão

“As grávidas não são todas iguais.” É com esta frase que o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) descreve a situação que se vive por estes dias na maternidade do Hospital de Portimão.

“Este hospital envia as grávidas de risco e parturientes para Faro, ao que parece por falta de pediatras, sendo obrigadas a fazer 68 quilómetros por autoestrada”, denuncia a delegação regional do SIM, que logo no início de junho fez a denúncia pública da “situação de insegurança” e do “encerramento na prática” da maternidade do Hospital de Portimão, pela falta de médicos pediatras.

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Mas há quem seja obrigado a fazer ainda mais quilómetros. Uma parturiente de Aljezur, por exemplo, terá de fazer cerca de 106 quilómetros, enquanto uma grávida residente em Odeceixe terá de deslocar-se 123 quilómetros, num percurso que leva cerca de 1h30 a percorrer, sem filas de trânsito a empatar.

Mas se pensa que a situação não pode piorar ainda mais, está enganado. Se a unidade hospitalar de Faro esgotar a sua capacidade de atendimento, como tem acontecido recentemente, as grávidas terão de ser transportadas de ambulância para Évora, a 224 quilómetros…!

“Foi o que sucedeu no início deste mês, com uma grávida de 28 semanas e seis dias, com rotura prematura de membranas e que ficou internada no serviço de obstetrícia”, realça o sindicato, lembrando que esta situação não acontece em nenhuma das quatro maternidades de Lisboa – que distam entre si poucos quilómetros – porque, neste caso, já foi anunciado um reforço de pediatras e obstetras.

Já ontem, dia 17, o JORNAL do ALGARVE falou com o bastonário da Ordem dos Médicos, que lançou mais um “alerta” para a “grave situação” do Hospital de Portimão.

Miguel Guimarães declarou que “existem limitações grandes, umas mais conhecidas e outras menos conhecidas, que põem em causa a segurança clínica das pessoas”.

A afirmação foi feita após uma visita à unidade hospitalar de Portimão, onde o bastonário lançou um “grito de alerta” para a atual situação desta unidade.

“Há um grave problema no serviço de anestesiologia no Hospital de Portimão. A médica mais nova desta especialidade, que conta com seis anestesiologistas, tem 53 anos, ou seja, o serviço está na iminência de acabar, porque os profissionais vão todos sair nos próximos anos. E, sem serviço de anestesiologia, os blocos operatórios deixam de funcionar”, revelou Miguel Guimarães.

Na próxima edição em papel, o JORNAL do ALGARVE vai revelar tudo sobre estes problemas…

Leia a notícia completa na edição em papel.

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