Um dia depois da renúncia do presidente Hosni Mubarak, a vida no Egito tenta voltar ao normal e começa a ser discutido o futuro político do país. Este sábado, Irão, Iraque e Turquia manifestaram-se quanto à renúncia do presidente que já estava no poder há 30 anos.
Para o Irão, a queda de Mubarak representa um fracasso dos EUA e do Iraque. De acordo com o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irão, Said Jalili, “a coincidência da queda de Mubarak com o aniversário da revolução islâmica do Irão demonstra que 11 de fevereiro é o dia da vitória dos povos da região, e o dia de fracasso dos Estados Unidos e do sionismo”. Jalili declarou ainda que “Mubarak e os apoiantes americanos ouviram a voz do povo egípcio com 30 anos de atraso”.
O presidente do parlamento iraniano, Ali Larijani, afirmou que os acontecimentos na Tunísia e no Egito são uma chamada de atenção para todos os ditadores que permaneceram no poder oprimindo os seus povos.
No Iraque, o gabinete do primeiro-ministro Nuri al-Maliki divulgou um comunicado no qual felicita o Egito e afirma estar convencido de que o povo encontrará novos dirigentes à altura das suas “aspirações”.
Já o governo da Turquia pediu este sábado a realização de “eleições livres e justas” no Egito e o respeito aos direitos humanos.
Uma nota divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan declara: “Esperamos que o Conselho Supremo das Forças Armadas egípcias transfira no prazo mais rápido possível os seus poderes à nova administração, que surja das eleições livres e justas”.
Ontem, o presidente Obama também se manisfestou, dizendo que o Egito nunca mais será o mesmo e que “dias difíceis virão pela frente”.
Ainda nesta madrugada, muitos manifestantes continuaram acampados na Praça Tahir comemorando a saída do presidente, depois de 18 dias de protesto da população.