A associação cívica Glocal Faro denunciou o arranque, pela Câmara Municipal de Faro, de “todas as laranjeiras existentes nos passeios centrais do Largo da Sé”, na capital algarvia, que considera “um atentado ambiental”.
A associação critica o silêncio da autarquia, depois de, nos dias 11 e 12 de agosto, o Glocal Faro ter feito “diversos contactos para C. M. de Faro, solicitando saber quem decidira e porque decidira esse abate: emails para vários edis e técnicos; telefonemas sem conta”.
“Nada de informação ou assunção da responsabilidade pela autorização deste atentado à nossa qualidade de vida!”, lamenta, em comunicado.
“Agora, em alguns jornais e na página do Facebook do Município de Faro, aparece uma pretensa justificação, assumida pelo presidente da referida C.M. : as árvores estariam doentes e foram retiradas para serem tratadas e depois replantadas”, evoca a Glocal Faro, que considera aquela resposta “um insulto aos munícipes – não se arrancam árvores para tratamento”.
“Além disso há a tremenda coincidência dos concertos das noites F acontecerem nesse local. É também mais um ato de incoerência ou hipocrisia – esta mesma Câmara divulgou com pompa e circunstância que tem um Plano para Adaptação às Alterações Climáticas (PMAAC) e um Plano Estratégico para a Cultura (PEC), onde diz pretender promover uma cultura verde”.
O comunicado prossegue, dizendo que a Câmara Municipal “demonstra, uma vez mais, uma
total ausência de sensibilidade e preocupação com o arvoredo urbano, elemento fundamental para tornar a cidade mais resiliente aos efeitos das alterações climáticas”.
O Glocal Faro promete que não vai deixar esquecer esta situação e “vai desenvolver, em conjunto com outros movimentos, associações e cidadãos, ações para travar esta postura anti-verde da autarquia”.