Aterro Sanitário do Sotavento sob a mira dos ambientalistas

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Localizado no Vale do Zebro (Cortelha), concelho de Loulé, o Aterro Sanitário do Sotavento foi criado há 17 anos, com um prazo de vida útil de 20 anos, mas a sua capacidade já está esgotada, o que levou a Algar, entidade que gere o espaço, a solicitar a abertura de uma terceira célula, alegando que algumas das medidas de compensação dos impactos ambientais e sociais do empreendimento ainda não se haviam concretizado.

A proposta dirigida à Câmara de Loulé há cerca de três semanas foi acolhida por aquela autarquia com algumas reservas. Na passada semana deflagrou um incêndio no aterro, cujas causas ainda não foram reveladas. A associação ambientalista Almargem estranha esta sequência de acontecimentos e exigiu a “elaboração urgente” de um relatório independente, e não da Algar, que indique as verdadeiras causas do incêndio e as respetivas consequências sobre a funcionalidade da estrutura a curto prazo.

O referido incêndio “provocou obviamente um súbito aumento da sua capacidade, embora com afetação grave das condições de segurança e operacionalidade, incluindo a emissão de gases tóxicos, a destruição das telas de impermeabilização e do sistema de recolha de biogás”, alertam os ambientalistas, que chegam mesmo a questionar, ironicamente, se a estrutura é um aterro ou uma incineradora.

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De acordo com a Almargem, o facto do aterro ter esgotado a sua capacidade deve-se ao “aumento do volume de resíduos depositados, tudo indica, devido, em parte, ao inesperado e recente aumento da percentagem de incorporação de resíduos recicláveis no lixo comum”. Esta conclusão, levou os ambientalistas a exigir ainda a constituição de uma comissão de avaliação ao trabalho desenvolvido nos últimos anos pela Algar e outras entidades “no que respeita, essencialmente, à sensibilização contínua dos cidadãos para a separação de resíduos e ao seu efetivo encaminhamento para as fileiras de reciclagem”.

A Almargem quer também uma “reanálise aprofundada dos impactos do aterro ao longo dos seus já 17 anos de vida”, nomeadamente sobre as localidades incluídas nas principais vias de acesso, sobre as povoações mais próximas (Vale Maria Dias e Cortelha), bem como sobre os ecossistemas circundantes, em particular o Rio Vascão.

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