Atleta paralímpica australiana assaltada à mão armada no Rio de Janeiro

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Uma atleta australiana que já competiu em seis Jogos Paralímpicos e a fisioterapeuta da sua equipa foram assaltadas à mão armada no Rio de Janeiro, no passado domingo. Liesl Tesch, medalhada nas modalidades basquetebol em cadeira de rodas e vela, e Sarah Ross estavam a andar de bicicleta na cidade brasileira quando um de dois homens lhes apontou uma arma.

Em declarações à Seven Network, a atleta de 47 anos contou esta terça-feira que a dupla inicialmente exigiu-lhes dinheiro e que, confrontada com o facto de nenhuma delas ter dinheiro consigo, lhes roubou as bicicletas, pondo-se depois em fuga.

“Ele estava a apontar-nos a arma e disse ‘dinheiro’, sei o que quer dizer porque falo algum espanhol, mas eu levantei a camisola e disse ‘não, não tenho nada’. Aí, ele empurrou-me pelo ombro com a mão e eu caí no passeio.”

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As duas mulheres estavam a treinar perto da praia de Flamengo quando o incidente aconteceu e, de acordo com Tesch, várias pessoas assistiram sem as ajudarem e sem chamarem ninguém. Ambas deixaram um aviso a todos os atletas que vão participar nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos deste verão na cidade para que tenham cuidados redobrados. Em maio, três membros da equipa de vela espanhola foram roubados à mão armada enquanto passeavam no centro do Rio.

As autoridades brasileiras continuam a insistir que não vai haver qualquer problema de segurança durante o evento desportivo, porque 85 mil tropas e agentes da polícia vão estar mobilizados nas ruas, mas relatórios e avisos recentes apontam que a taxa de criminalidade está em crescendo no Rio de Janeiro, representando uma ameaça direta aos atletas e espectadores dis Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

No início deste mês, a Amnistia Internacional divulgou um relatório incendiário sobre a situação de segurança e Direitos Humanos na cidade que vai acolher os Olímpicos deste ano, referindo que o Brasil está a repetir “graves erros” na política de segurança pública e no uso da força policial que marcaram a organização e o decorrer do Mundial de Futebol em 2014.

No documento, a organização não-governamental sublinha que “o abuso da força e a impunidade deixam há décadas um rasto de dor e de sofrimento” no país, através de políticas de segurança pública que, no passado, conduziram ao aumento de homicídios e violações de direitos humanos por parte das autoridades, práticas essas que estão a voltar a ser postas em prática pela polícia e pelos organizadores dos Jeventos olímpicos.

Em entrevista recente ao “Washington Post”, o secretário de segurança do Rio de Janeiro, José Beltrame, assumiu que a recessão económica e problemas no financiamento da polícia contribuíram para este problema, mas insistiu que esses problemas estão a ser resolvidos e que a cidade vai estar preparada para acolher os Jogos Olímpicos. Às preocupações securitárias juntam-se os alertas das autoridades de saúde por causa do vírus Zika, a pouco mais de um mês do início do evento.

Joana Azevedo Viana (Rede Expresso)

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