Aumentar ou não aumentar o salário mínimo, eis a divisão

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O salário mínimo em Portugal é 485 euros desde janeiro de 2011

Não é a subida do salário mínimo que está em causa, mas o momento em que a possibilidade surge que faz com que o economista Miguel Beleza não a veja com bons olhos. “Neste momento, considero que não é oportuno, porque temos um desemprego elevado”, frisa ao Expresso.

Para Miguel Beleza, só depois de a taxa de desemprego atingir valores mais baixos é que o assunto deve ser considerado. E diz como: “Provavelmente inserida num pacote de concertação social.”

Já o economista Silva Lopes tem opinião contrária – é a favor do aumento, desde que não ultrapasse os 500 euros. “Embora possa provocar dificuldades a algumas pequenas e médias empresas, vai atenuar a vida de muitas famílias”, defende ao Expresso.

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O ex-presidente do Montepio Geral considera que um aumento moderado do salário mínimo vai no bom sentido e não é perigoso para as PME. “Mais de 500 euros pode ser insustentável para algumas empresas, mas também acredito que a subida para esse valor não vai prejudicar a produtividade externa.” Em relação à altura, Silva Lopes é perentório: “Quanto mais depressa melhor.”

Para João Duque, a medida é “tão justa, tão justa” que “até mete dó englobá-la num pacote maior de concertação social” com contrapartidas. Se bem que para o reitor do ISEG o aumento seria a altura ideal para pedir mais flexibilidade aos sindicatos.

João Duque acrescenta que não entende a relutância do Governo em rever o salário mínimo, principalmente quando até as entidades patronais mostravam abertura para tal. “O que é preciso é atualizá-lo para os 500 euros e depois ver o que corre bem e o que corre mal”. Quanto a um aumento maior, considera que deve ser feito por etapas.

No domingo, durante o 13.º congresso nacional dos trabalhadores sociais-democratas, Passos Coelho assumiu que o Governo está disponível para “trazer para cima da mesa a discussão da melhoria do salário mínimo nacional e a revisão do que tem que ver com as condições da negociação coletiva”.

Passos Coelho e os parceiros sociais reúnem esta quarta-feira para discutir o pós-troika e o tema do salário mínimo deve passar pelo debate.

O aumento do salário mínimo está congelado desde janeiro de 2011. Em 2006, os parceiros sociais assinaram um acordo, a entrar em vigor em 2007, que estabelecia o aumento do salário mínimo de forma faseada para 500 euros em 2011.

RE

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