Autarcas esperam convencer Governo a adiar portagens até EN125 estar requalificada

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A Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) rejeitou ontem por unanimidade a introdução de portagens na A22 e vai solicitar uma reunião ao primeiro ministro para pedir o adiamento da medida até à Estrada Nacional 125 estar requalificada.

A AMAL, que reúne os 16 municípios do Algarve, afastou-se ainda do protesto convocado para sexta feira pela recém criada Comissão de Utentes da Via do Infante (A22), cujo mentor é militante do Bloco de Esquerda, por considerar que “emana de uma área política circunscrita, que pode ter objetivos que não têm só a ver com a via do Infante”, disse o seu presidente, Macário Correia.

“Não nos parece que seja uma comissão representativa dos algarvios em geral e dos utilizadores da Via do Infante, mas trata-se de uma atitude porventura oportuna de um grupo e pessoas que, sabendo da injustiça que o caso contém, se organizaram de forma oportuna para se denominarem comissão de utentes da Via do Infante”, afirmou o também presidente da Câmara de Faro.

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Macário Correia, que na conferência de imprensa após a reunião ordinária da AMAL realizada hoje para analisar a introdução de portagens na Via do Infante, frisou que os 16 autarcas têm “uma legitimidade diferente” e “essas iniciativas não têm a ver” com aquilo que defendem e representam.

“Nós temos uma legitimidade própria, fomos eleitos pelas populações, temos uma posição institucional, praticamos a serenidade e entendemos que as coisas têm que se resolver com uma legitimidade e com substância nos atos”, sublinhou o presidente da AMAL, que prefere tomar “uma posição de responsabilidade” através do diálogo com o governo “e não de rutura” com manifestações na rua.

Por isso, os 16 municípios do Algarve decidiram mandatar a AMAL para pedir uma reunião ao primeiro-ministro, José Sócrates, para tentar convencer o executivo a adiar a introdução de portagens na A22 até à conclusão da requalificação da EN125, prevista para junho de 2012.

A AMAL diz estar “ciente da difícil situação económica e financeira que o país atravessa”, mas recordou que “grande parte da Via do Infante foi construída com apoio de fundos comunitários, sem recurso a empréstimos associados ao modelo de financiamento das SCUT (sem custos para o utilizador)”.

Na proposta aprovada por unanimidade diz ainda que o governo atual, em fevereiro de 2008, invocou “razões de segurança e de dinamização do turismo” para requalificar a EN125, “cuja conclusão poderia via a ser alternativa à Via do Infante”, e que “sem essa requalificação estar terminada não seriam introduzidas portagens na Via do Infante”.

O presidente da AMAL considerou que as decisões tomadas hoje são “uma posição sensata, de quem vive a realidade do país e de quem sabe que as condições económicas e financeiras não permitem exigir a todo o tempo que tudo seja gratuito”.

“Mas também nos permitem invocar a coerência e a atitude do governo, que não deve entrar em contradições com aquilo que disse e o Algarve tem condições especiais”, defendeu.

AL/JA

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1 COMENTÁRIO

  1. O comunicado do Snr.Presidente da AMAL, é feito em tom muito preocupado, confrontando-se com o seu discurso antes de eleições e de agora eleito. Já não é o do defensor dos interesses dos eleitores. É agora um discurso que diz «não ter piada ir fazer manifestações de rua». Algo de grave se sente no seu semblante. O snr. Presidente receia que o povo venha para a rua, e que a reboque das portagens, se destape outra qualquer situação que esteja sublimada em banho maria? De facto, Abril e Outubro nunca foram bons meses para os poderes instalados e frágeis.

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