Autarquia promove visitas guiadas aos Banhos Islâmicos nos próximos sábados

Os Banhos Islâmicos de Loulé funcionaram entre os séculos XII e XIII e foram descobertos em 2006

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A realização de “visitas orientadas temáticas” aos Banhos Islâmicos e à Casa Senhorial dos Barreto, no centro histórico de Loulé, é a proposta da Câmara algarvia para as noites de sábado, até ao final de agosto, anunciou o município.

Os Banhos Islâmicos e a Casa Senhorial dos Barreto constituem um complexo que foi recentemente convertido num espaço museológico e vai agora poder ser visitado aos sábados, entre as 10:00 e as 23:00, mas a partir das 21:30 os interessados poderão participar nas “Noites com o Património”, que promovem “um conjunto de visitas orientadas temáticas” dedicadas a “um tema no âmbito da história local, museografia, arqueologia ou conservação e restauro”, indicou o município.

A primeira destas visitas, marcada para este sábado, vai ser dedicada ao tema “A Casa Senhorial dos Barreto: arquitetura de uma casa nobre” e será orientada por Ricardo Louro, técnico superior de Património Cultural do município, que se debruçará sobre o edifício do séc. XV, referiu a Câmara algarvia num comunicado.

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“A investigação mais recente aponta para que seja no terreno onde outrora se localizaram os Banhos Islâmicos de Loulé que viria nascer um edifício senhorial, mencionado no documento régio de 1462, assinado por D. Afonso V, autorizando Gonçalo Nunes Barreto a construir uma casa em Loulé”, avançou o município.

A mesma fonte precisou que foi a partir dessa data que a casa senhorial começou a ser construída, em “duas fases, a primeira com Gonçalo Nunes Barreto, à qual corresponde a colunata sul, e a segunda, já após a sua morte, a que corresponde a colunata norte”.

“Um dos capitéis da colunata norte ostenta o brasão de armas da família Melo, que se explica pela união matrimonial entre as duas famílias, pois o filho de Gonçalo Nunes Barreto casou com Leonor de Melo”, esclareceu o município.

A autarquia frisou que os Barreto conservaram a casa até ao séc. XVII, quando a família proprietária se deslocou “para Espanha na sequência da Restauração da independência em 1640”, ano em que a dinastia filipina chegou ao fim e D. João IV assumiu o trono português.

“O espaço museológico recentemente inaugurado apresenta a musealização do edifício dos Banhos Islâmicos de Loulé, que se espera seja classificado como Monumento Nacional, bem como as ruínas da referida casa senhorial”, recordou o município.

O complexo dos Banhos Islâmicos de Loulé e da Casa Senhorial dos Barreto abriu ao público, em maio, no âmbito da semana do município, após a conclusão de um trabalho de conservação e musealização do espaço para permitir visitas ao mais completo equipamento do género na Península Ibérica.

Os Banhos Islâmicos de Loulé funcionaram entre os séculos XII e XIII e foram descobertos em 2006, durante as primeiras intervenções arqueológicas no espaço, mas em 2013 foram encontradas novas divisões e colocadas a descoberto estruturas, como tanques frios, latrinas e vestíbulos, na sequência de obras de reabilitação realizadas no centro histórico.

Está também em curso um procedimento de classificação dos Banhos Islâmicos de Loulé como monumento nacional, que foi publicado em Diário da República em novembro passado.

O procedimento prevê um prazo de um ano para haver uma decisão final sobre a classificação do espaço, que visa “conceder ainda mais valor” a um complexo “único” em território português e que tem, “ao nível da sua planta, uma das mais completas da Península Ibérica”, argumentou na ocasião a autarquia.

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