AVARIAS: Assim já escapa!!

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Vejo um noticiário em que a novidade é a possível, ou a já mais que certa, transferência de Jorge Jesus para o Flamengo. Parece que, como se diz, o Fla tem quarenta milhões de adeptos (penso que no Brasil e no resto do mundo). Quando se fala em números – e ao contrário – só me lembro da altura em que Passos Coelho ganhou pela segunda vez as -eleições em Portugal, mas na volta, ninguém tinha votado nele. Adiante: parece-me que, se a ida de JJ, se tornar realidade, irá pôr em causa algumas certezas que vamos tendo. A única que vai permanecer inabalável é que as conferências de imprensa do clube do Rio de Janeiro vão ficar, a partir de agora, incomparavelmente mais divertidas. No entanto, a primeira areia na engrenagem apareceu ainda a procissão ia no adro. Um jornalista brasileiro, com a capacidade de dizer o que lhe vai na cabeça, acção que não bafeja muitos dos seus colegas portugueses apelidou o campeonato português de “porcaria”. Apesar da crueza e aparente exagero do comentário, não deixará de ter alguma razão. Qualquer brasileiro de terceira categoria pode ser, por exemplo um dos melhores marcadores do nosso campeonato e isso não abona nada, em nosso favor. No entanto gostava de lembrar que os comentadores tugas, sem chamar porcaria a outros campeonatos (há sempre uma hierarquia nestas coisas), os tratam muitas vezes como tal, rebaixando-os a níveis insuspeitados. Só que não estamos habituados a que nos tratem dessa forma. Para nós, são muito importantes as opiniões de fora, e desde que o presidente Marcelo, se derreteu em encómios a respeito dos nossos pastéis de nata e do excelente sistema bancário que nos assiste, que não temos notícias de alguma coisa nossa que esteja abaixo da classificação de excelente. A linguagem do futebol está pejada de lugares comuns e de uma conversa que subverte diferenças, por isso raramente descemos do abraço e da mão sobre as costas, mesmo que momentos depois lá venha a facada. A questão, que não perdoamos ao brasileiro, é a da linguagem usada. Em parte temos razão e será essa ideia que ajudará a pôr em causa alguns lugares comuns, como por exemplo que, portugueses e brasileiros gostamos muito uns dos outros. Não gostamos, ou só gostamos quando as coisas correm bem. Por exemplo a questão da xenofobia, de que os brasileiros se queixam muito em relação a nós, quando para cá emigram à procura de trabalho, vai precisar de ser testada no lado de lá, por exemplo com JJ. Temos estes problemas com os nossos vizinhos espanhóis e com os nossos irmãos brasileiros e não temos com outros vizinhos porque os peixes do Atlântico ainda não falam. JJ vai ter as mesmas chatices que Mourinho teve aqui ao lado, só por ser português. Por falar em Mourinho, não devíamos deixar de estar embasbacados e subservientes com o homem e parar de lhe perguntar quando é que vem treinar em Portugal? Há anos que a sua resposta é uma rotunda nega. Parece que só pensa passar por cá quando mais ninguém estiver para lhe aturar a megalomania (daqui por vinte anos, mais coisa menos coisa). Deixem está-lo e que vá à sua vida.

Fernando Proença

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