Avarias: Camaradas e camarados

Camaradas e camarados (Título via blogue “A Origem das Espécies”)

Tenho uma declaração de interesses a fazer: sou professor e nestas alturas muito boas para fazer frases de treta como “vamos ficar todos bem”, dou aulas pela internet. Estando em casa pratico – há quem pratique bem mais do que eu – e sofro tudo o que dizem sobre os malefícios da distância nas aulas, mais os problemas dos alunos com mais dificuldades e tudo isso que o bom senso nos diz e não precisa de estudos para o comprovar. Também se sabe que, apesar dos miúdos serem, na sua maioria assintomáticos e por isso poderem contagiar metade de uma cidade, não o fizeram, ou parece (tenho a ideia que se deve ter alguma cautela com estas afirmações) que não o fizeram.

Então o que contribuiu para a barracada do aumento exponencial dos contagiados e mortos pós – vinte cinco de Dezembro? Os almoços e jantares do Natal e Ano Novo e as escolas abertas, com os pais, mães e avós em roda viva, para levar e trazer os miúdos das aulas. Qualquer pessoa que saísse de casa de automóvel pelas oito, oito e meia da manhã e voltasse pelas dezassete não iria acreditar que estávamos com uma pandemia às costas, tantos eram os automóveis a circular.

Depois era só juntar dois mais dois e perceber que uma parte substancial da população que saia de casa pela manhã não voltava logo e ia fazer a viagem higiénica pelos supermercados e o que mais fosse. Pois todos perceberam isto, menos alguns técnicos que disseram não existirem evidências científicas da questão, e políticos que têm uma agenda que não lhes permite dizer nada que lá – na agenda – não esteja.

Foi exactamente isso o que ouvi dizer de Jerónimo Sousa e de Susana Peralta (professora em economia e nova cara da esquerda piedosa). Na causa e consequência sobre se a escola a é ou não “responsável” pelo aumento de contágios de COVID, lembro-vos a seguinte anedota (não aceitável por almas mais sensíveis), já com barbas, mas ilustrativa: dois amigos resolveram fazer um estudo a partir de uma mosca.

Começaram por lhe cortar duas patas e disseram “mosca voa”, a mosca voou e anotaram o resultado.

Depois cortaram as restantes quatro e voltaram a dizer “mosca vou”. A mosca voou e, mais uma vez, anotaram o resultado.

A mosca já sem patas e os amigos resolvem cortar uma das asas. Voltaram a dizer “mosca voa” e a mosca voou. Anotaram no caderno.

Depois cortaram a asa existente, disseram “mosca voa” e a mosca não voou. Voltaram a dizer, num tom acima, “mosca voa” e a mosca continuou sem sair do sítio. Por fim, já desesperados e sem alternativa, gritaram a plenos pulmões “mosca voa”!!! A mosca não voou e anotaram no seu caderno, “depois de se cortarem as patas e as asas a mosca ficou surda”.

Não sei porquê, mas parece-me que esta anedota, se adapta – sobre o problema das escolas estarem ou não a funcionar presencialmente – que nem uma luva ao camarada Jerónimo de Sousa e porque não, à santa Susana Peralta.

Fernando Proença

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