AVARIAS: É chato

Esta semana só deu Bruno de Carvalho. O próprio canal de televisão que, em parte, mas numa parte muito substancial, sustenta o Sporting até dois mil e troca o passo, já veio a dizer publicamente, que era melhor que não se voltassem a passar cenas como as da Academia mas que não retiravam, por enquanto o apoio ao clube. Eu também penso que não, que não retiram e digo mais: quanto mais tempo os Sporting andar assim, em bolandas, mais audiências tem, logo o lucro sobe, e com o lucro não se brinca. Há quem pense que existe má publicidade, mas eu tenho a ideia clara que, em Portugal má publicidade só falando mal do Papa ou fazendo uma cena de striptease (feminino) dentro de uma igreja, filmada e postada do Youtube. Voltando ao futebol e seu redor: de vez em quando tem de haver uma coisa daquelas, como a passada para os lados de Alcochete, para que tudo continue na mesma, dando a impressão que alguma coisa vai mudar. Quando acalmarem as águas o futebol continuará dependente apenas dos negócios dos dirigentes e empresários, mais longe dos verdadeiros adeptos, refém de uma catrefa de vândalos que semana após semana nos infernizam a vida nos estádios. Eu, entro num campo de futebol de terceira, sou revistado de cima a baixo; as claques entram, levam tochas e, aparentemente ninguém vê nada de mal: fachada à portuguesa. Os políticos, esses, continuarão a ir para os camarotes presidenciais numa relação de interesse mútuo. Presidentes como Bruno de Carvalho continuarão a arregimentar sócios em seu redor e, mesmo o melhor psiquiatra do mundo e arredores (Daniel Sampaio), não terá percebido quem tinha em casa. Depois de quatro anos de desmandes, não se passa nada, como dizem os espanhóis. Em parte percebo a cabeça da malta lá os lados de Alvalade, lembraram Pinto da Costa e pensaram que o Bruninho seria um boa forma de replicar em Lisboa o rei do norte, que conseguiu (em parte) o que conseguiu, antagonizando-se com tudo e todos. Lembrem-se que até aos anos oitenta o FêCêPê era todo poderoso, mas só enquanto jogava nas Antas. Assim que passavam o paralelo dos Carvalhos pareciam o Super-Homem quando cheirava a Kryptonite. Com Pinto da Costa o Porto tornou-se imune ao mineral. Bruno de Carvalho pensou fazer o mesmo mas os tempos mudaram, as pessoas também, e não sabendo se Pinto da Costa construiria agora o seu império nestes tempos de feicebuques e instagrames, a conclusão a que chego é que Bruno de Carvalho não tem sequer metade de meia inteligência de Pinto da Costa. E para se construir um império a inteligência ainda conta muito, não chega só comprar agentes desportivos (hi, hi,hi). Quem se fica a rir são as televisões e os comentadores de pacotilha, que nunca viram nada de mal na agressividade do auto designado presidente adepto e agora Jesus, não falam de outra coisa. Duas outras coisas me parecem relevantes: a de que, caso os indícios sejam verificados, o futebol não é o diabo, ou não é o único diabo. O andebol pode ser, se calhar será o futsal, o hóquei, bisca de cartas etc, e tudo o que envolva dinheiro. E que a verdade desportiva que o sr. Rui Santos escancara a boca a relembrar, em benefício do vídeo árbitro, se calhar não será bem assim…

Fernando Proença

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