AVARIAS: Fruta da época

No momento em que escrevo acabo de vir da praia, num daqueles dias em que o tuga não pensa duas vezes: o plano é ir para a banhos. Depois de penarmos semanas sem fim com um tempo de morrer, penso que quase ninguém se lembrará de se ir fechar num centro comercial, mesmo com um ventinho um pouco acima de fresco, isto se vos falar em estar perto do mar. Então, como vos disse, a malta vai para a praia, chapéus-de-sol, toalhas e protector mas o pior está para vir: o fresco das semanas anteriores, tornou a água do mar, uma espécie de sucedâneo da Antárctida. Algo vai mal quando chegamos a um cordão de areia litoral (é a Geografia, estúpidos!) cheio de gente acaloradíssima e nem uma única pessoa dentro de água, incluindo neste grupo as crianças, as crianças Senhor!…que são capazes de mergulhar dentro de um cubo de gelo e dizer:”…até que não está má”. O que eu quero dizer para rematar (de maneira nenhuma como CR7) é que no ano passado por esta data, em que se lembra a tristeza imensa de Pedrogão, a água do mar estava um caldo. E estando a água um caldo, não faltou gente, gente preparada e com responsabilidades, que dissesse que aquela água do mar, àquela temperatura, era um sintoma do aquecimento global. Se tudo fosse assim tão fácil, de que forma interpretaríamos o actual estado da temperatura da água? Já não estaremos em presença de aquecimento global? Não sou negacionista e desprezo Trump (embora ele me tenha telefonado a dizer que não se importa com isso), por isso não me olhem dessa maneira, mas sempre me irrita que o jornalismo, estabeleça relações simples sem (re)conhecer causas e consequências, só por que tudo aponta para uma intensificação dos efeitos das mudanças climáticas.
Por falar em jornalismo, diria que não vale a pena num raio de vamos lá, duas semanas, contar com praticamente nada de novo na frente ocidental, havendo Bruno de Carvalho e a selecção de futebol na Rússia. Portanto, como agora se diz, desenganem-se as classes profissionais, professores em greve às avaliações, sectores ligados à doença (dizem que se chama Ministério da Saúde, mas se tivermos saúde não precisamos dele) e os mais que se sentem espoliados e enganados; não vale a pena fazerem ou continuarem as greves e protestos. Não desenhem letras em cartazes, não pensem em aparecer na televisão. No prazo de quinze dias só dá o que lhes disse atrás, mais o presidente Marcelo. Com a selecção na Rússia então nem se fala: as câmaras de TV apenas atentas aos que nasceram em Espanha e agora vivem em Portugal, os que fizeram o caminho contrário, portugueses que vivem na Rússia, russos que trabalham em Portugal, marroquinos no Algarve etc. Em geral, sai para fora do armário semi-desportivo tudo o que mexe e que possa ser vendável, para as novas gerações de jovens a vida inteira. As noites são dos comentadores, que nas horas vagas se desfazem em opiniões sobre tudo, mais as práticas de Bruno de Carvalho. Entretanto numa noite inteira não consegui ver o resumo do Egipto – Uruguai, só por que o que interessa às pessoas parece ser não ser o jogo, mas o que o rodeia; questão de prioridades!

Fernando Proença

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