AVARIAS: Ide pentear cágados

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Colaboradora. Designer.

Sobre Trump e o seu consulado nos Estados Unidos, sabendo tudo o que o homem é, as mentiras que diz, o mal que pode fazer ao Mundo, fico, em cada dia que passa, um pouco apreensivo com as suas tomadas de posição perante as contingências do momento. Nunca se sabem as consequências que a crise dos refugiados da América Central pode ter, a pressão os mísseis da Coreia do Norte, o muro com o México, a guerra comercial com a China, ou o bater das asas de uma borboleta. Penso, no entanto, que os problemas de hoje sejam só uma centésima parte do que nos podia acontecer com a crise dos mísseis de Cuba. Pondo de parte os assassinos a soldo do estado islâmico, um ou outro terrorista, ou fanáticos, com arsenais em casa, à maneira americana, suponho que, mais coisa menos coisa, (quase) todos querem viver melhor, ou o que isso queira dizer de uma forma generalizadamente aceite. Desejam, acima de tudo, consumir: camisolas; férias; bolos; automóveis e feicebuque. Para os mais esclarecidos e em determinadas zonas do Globo, deseja-se liberdade de imprensa e reunião (não confundir com reuniões de condomínio). Ou seja, não estando em causa o Mundo (acredito no equilíbrio dos assessores de Trump, tirando as piores ideias da cabeça do presidente) e até que não se veja que as coisas más são mais ou menos irreversíveis, desejo que os camones tenham uma feliz saúde. Nunca se esqueçam, os meus quatro amigos leitores, que mesmo os que não votaram no presidente cor de delicias do mar, defendem com unha e dentes (se os tiverem, por que o seguro de saúde pode ser proibitivo) os seus States, quando falam com algum estrangeiro. O presidente é para ser contestado entre fronteiras; para os de fora, a ideia que fica é que estão mais unidos que os dedos de uma mão e que os Estado Unidos são a maravilha que se conta. Passem bem.
Com os brasileiros estamos num território mais ou menos semelhante, mas sem as implicações mundiais, o que nos deixa espaço para relaxar. Só lhes prestamos mais atenção porque falamos a mesma língua. O ponto é que, sendo apoiantes de Haddad ou Bolsonaro, os brasileiros, de um modo geral, não hesitam em cantar loas ao seu país, ficando um tuga mais atento, sem perceber as razões porque se deram ao trabalho de atravessar o Atlântico, tão bem se está no lado de lá. Eu, como muitos outros, entendo que os dois candidatos que se apresentam (apresentaram, para quem me ler) não são iguais: Bolsonaro é o candidato da direita, mas uma direita anti-democrática, ou seja, como noutros regimes, não é líquido que ele não acabe com a democracia, e os brasileiros sabem-no muito bem. A questão da classe média (vista de um modo muito abrangente) brasileira lhe dar todo o seu apoio, provém do facto de ela reunir o pior dos colonizados (Brasil) e colonizadores (Portugal); a cagança, a falta de humildade, a soberba e a tendência geral para a corrupção, que como é sabido não se encontra apenas na zona do PT (nem no Brasil), embora pareça. Vamos ver o que o futuro lhes reserva. Mas como os americanos, a receita é a mesma, não se venham queixar depois.

Fernando Proença

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