AVARIAS: O carro nem era meu!

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Colaboradora. Designer.

Felizmente Borba já deu o que tinha a dar, jornalisticamente falando. No momento em que rescrevo estas humildes linhas, já se descobriu o automóvel que se sabia ter caído na pedreira e recuperaram-se os corpos dos infelizes que estavam no lugar errado à hora errada. Penso sempre que nas séries com crimes e polícias que vão enchendo os canais do nosso espectro do cabo, haveria lugar para se encontrar ossos de alguém que se sabia desaparecido, por exemplo em Braga ou Madrid, há sete anos atrás (tudo isto depois de semanas de estudo sobre o ADN do cadáver encontrado). Felizmente, ficção é ficção. Não foi ficção, no final dos trabalhos, o presidente da Protecção Civil dar uma conferência de imprensa em que repetiu tudo o que já se sabia, realçando o trabalho que se fez para tirar encontrar as pessoas em causa, como se ao pé daquilo a chegada de uma sonda a Marte tenha sido uma brincadeira de crianças. Fixei-me na mesa em que se produzia a tal conferência de imprensa e na cara fechada do presidente (penso que se diz assim) da protecção civil de Évora, como a pensar, “enquanto estivemos aqui, todas as manhãs à chuva e ao frio, sem se saber quando iriamos encontrar os corpos, servi para responder à imprensa, para arranjar pequenas desculpas ou conversa de circunstância. Agora, que o trabalho está feito, mandam o figurão de Lisboa, não acrescentar nada ao que se disse aqui ao longo destes dias. E leva os louros” Acrescento eu: o normal em Portugal, toda a vida e mais cinco dias. No futebol dizem o mesmo de Jorge Jesus em relação aos seus jogadores: quando se ganha, a vitória é minha, o empate nosso… a derrota deles!
Sigo o futebol à distância, mas depois da tourada (salvo seja) da demissão de Rui Vitória e quando me apressava (a pressa é sempre má conselheira) a escrever que todos os canais de televisão portugueses tinham aderido em massa às “fake news”, algo se passou. Afinal o treinador tinha mesmo estado com os dois pés fora do clube. Portanto as “fake news” eram internas e não culpa da CMTV. Provavelmente deverá haver um bufo na direcção do Benfica, que pretendendo algum dividendo (dinheiro, minar a presidência de Vieira) e não esperando a luz que iluminou a noite de Vieira (que confundiu um homem de fato vermelho e gravata às riscas vermelhas com o Criador), deu com a língua nos dentes. Mais uma vez a realidade ultrapassou a ficção, Vieira virou-se a Maya e entregou a alma aos astros.
Os franceses estão à rasca com os coletes amarelos que, aparentemente, foram fisgados por uma série de criminosos das periferias que não hesitaram em bater na polícia, partir montras, assaltar lojas e deitar fogo a automóveis, antigos e modernos, baratos e caros. Por aqui se vê, que não é contra o capital que se batem. António Costa teve (em minha opinião) e sobre isso, das declarações mais infelizes que lhe ouvi, dizendo que eram “manifestações normais em países democráticos”. Os carros e as lojas não eram dele, e a comunidade portuguesa encontra-se bem, o que lhe descansa a consciência. Para mim, tal conversa pode fazê-lo perder mais votos que dezenas de medidas antipopulares. Digo eu.

Fernando Proença

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