AVARIAS: O meu querido mês de Agosto

LP
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Colaboradora. Designer.

Escrevo no Agosto em que. derivado de uma série enorme de factores e merdices que podem influenciar as nossas vidas (fases da lua, temperatura quente, como erradamente é descrita na televisão etc.) estou ainda, neste preciso momento a viver em plena estação parva. A estação parva distingue-se das outras por uma certa licenciosidade na escolha e tratamentos das notícias, feito pelos, como agora se diz, órgãos de comunicação social. Poderão não ser apenas e tão somente as “fake news” de que agora tanto se fala (com razão), mas acabam por ser “fake news”, mais as news que não sendo necessariamente fakes, são, pelo menos, parvas. Notícias que ciclicamente saem de dentro das gavetas dos jornais, como, se há vida em Marte ou água na Lua, ou as duas ao mesmo tempo em Urano. Levam lá, Nas gavetas, o ano inteiro, no Inverno não chateiam, por que há o Natal (embora o Natal como bem sabemos é quando um homem quer), depois o Carnaval e há que entrevistar os foliões que saíram do porto de manhã, para estarem em Loulé depois do almoço; mas basta que acabem os fogos e CR7 não marque um golo para que, entre os banhistas de Quarteira, que já foram entrevistados trinta vezes e o regresso às aulas, a zona de sombra existente, seja mais ou menos preenchida. A dita zona cinzenta é ocupada por tudo que mexe e que nos faz, depois de olharmos sem /com (riscar o que não interessa) atenção para os serviços noticiosos, pensar por que carga de água não mudámos de canal ou continuámos a renda de Bilros que tínhamos começado há uma semana. Lá vamos embarcando no embalo e por pura preguiça de mudar de canal ouvimos tudo o que nos dão. É que nem sequer nos provoca repulsa ou irritação, apenas nos dá um pequeno abalo ao pífaro. Que depressa nos passa, mas o mal está feito.
Embora já se tenha visto quase tudo nos jornais desportivo portugueses, há sempre alguma coisa que nos pode fazer acender a luzinha de alarme que temos na cabeça. Como se sabe, os jornais desportivos (pelo menos os portugueses, mas não só) não são, na realidade, jornais desportivos, mas páginas de mexericos. São assim uma espécie de “Maria” em versão desportiva. Não existe um único artigo de fundo sobre nada, apenas a notícia que o jogador A, está em negociações com o clube B, mas, entretanto, pode ser desviado para o clube C, só porque o empresário D, não tem relações com E, que já está fornecido de um avançado que comprou a F, com o dinheiro que ganhou com a venda de G, que não quis jogar na China porque a mulher prefere viver em Cascais. Pois um destes órgão de informação, trazia outro dia a notícia que o jovem (ido do Guimarães) Xande Silva, tinha tido uma tarde de sonho, porque tinha marcado três golos pelo West Ham. Lá fui ler as letras pequenas, não é todos os dias que um avançado do Ham, marca não um, não dois, mas três golos. Depois contatei (nas letras pequenas) que não se tratava do West Ham, mas sim dos sub -23 do West Ham! E, meus amigos, isso não faz diferença, faz toda a diferença! Fake news em versão desportiva.

Fernando Proença

 

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