Avarias: Tempo de Verão

Agora e em primeiríssima mão, a ideia do Avarias sobre a final do campeonato da Europa: foi uma seca. Aquele tipo de jogos pode ser entusiasmante para os treinadores e comentadores de televisão, mas continua a dar-me a ideia que o rei vai nu. A nova moda é observar-se (com muita atenção) a táctica e as movimentações, mas, na modestíssima opinião do Avarias o que se jogou em Londres foi um arremedo de futebol, em que se podiam dispensar os guarda-redes, jogado em trinta metros, de uma linha lateral para outra. A Inglaterra apresentou uma equipa fisicamente forte, mas em que – na honrosa excepção de dois ou três jogadores – a bola está a mais.

A Itália é um bocado melhor com altas percentagens de bola, mas não é nenhuma maravilha. Um comentador da Sport TV dizia há dias que a Itália tem hoje jogadores muito superiores, tecnicamente falando, que no seu passado mais ou menos distante. Informações destas mostram como a ignorância, mesmo travestida de bem-falante, é hoje um posto. Por aquilo que vi, Portugal, do qual me fartei de falar menos bem, com um bocado de sorte tinha chegado mais longe que os oitavos.


Escrevo no sábado e vejo o que se passa com a partida da nossa selecção de andebol para Tóquio. É preciso ter azar, que com tantos dias para saírem, a partida calhou logo, durante a greve da Groundforce. A informação que está por baixo da mesa é que terão que vir apanhar o avião a Faro; seja como for há melhor forma de se começar uma viagem. Consulto os astros e penso que virá dali uma das desculpas apontadas, se as coisas não correrem pelo melhor, ou não, mas nesse caso não estamos em Portugal. Tempo de jogos olímpicos é tempo para mais um “Oito e Oitenta” ao estilo luso. Se não se ganhar nenhuma medalha somos os piores e lá vamos chupar com as desculpas dos atrasos dos aviões, má comida e das algas no percurso do remo. Que não merecem os subsídios, que é tudo uma camada de calaceiros, dirá o povo. Se vier uma de ouro, o resto dos atletas será esquecido (“o preço a pagar” ou, “não há almoços grátis”), mas a honra do convento é mantida e aumentada. Duas medalhas de ouro, melhor. Três, melhor participação de sempre, a demostração do poderio do desporto nacional. Somos submersos pelo futebol, nada interessa que não seja futebol, mas vamos andando com mais modalidades e até temos selecções de desportos, que eu pensava imaginários, nos primeiros seis e oito europeus.

Devem existir mais mil por cento de modalidades que não existiam há dez anos atrás e haverá uma explicação sociológica para isto, mas a minha visão é mais simplória: muitos querem praticar modalidades obscuras porque há mais hipóteses de serem melhores – pelo menos enquanto não for popular. Hoje vi a selecção feminina de andebol de praia no europeu. Os remates são feitos, geralmente, depois de uma volta graciosa no ar, tudo para desencorajar os guarda-redes e o resto não recomendo. Qualquer dia fazem “bowling” de praia, só falta os americanos o inventarem.

Fernando Proença

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